

Uma pena. Muito embora Friedkin não tenha criado uma obra tão memorável quanto O Exorcista, realizou um filme muito habilidoso e com alguns momentos realmente assustadores. O filme revolve um jovem casal de classe média, aos seus trinta e poucos anos, felizes pais de primeira viagem, cheios de expectativa pela chegada do bebê. Uma jovem britânica aparece na porta da casa, dizendo-se indicada por uma determinada agência de babás, e imediatamente angaria a simpatia do casal, apesar de mais tarde a esposa fazer um comentário brincalhão com o marido, sobre como sentia que estava cometendo um grande erro ao contratá-la, pois Camila, a babá, era uma jovem muito bonita – e uma concorrente em potencial.
Mas o fato de Camila ser bonita e interessante acaba sendo o menor dos problemas. Este não é um filme sobre casos extraconjugais. O diretor William Friedkin explora a lenda dos druidas, sacerdotes oriundos da sociedade celta, adeptos da filosofia natural, que tinham na árvore do carvalho o seu grande guia, adeptos de sacrifício humano. Pouco se sabe sobre essa sociedade, mas os sacerdotes celtas tinham uma ligação muito forte com a natureza, e acreditavam na sua magia. Coisas bizarras começam a se suceder, depois que Camila se muda para dentro da bela casa à beira do bosque. Ela parece muito ligada ao bebê, e em dado momento chega até mesmo a lhe dar de mamar. Depois de uma recepção para os amigos, o vizinho, jovem arquiteto, conhece Camila e se interessa pela moça. Ao investigar sobre a babá, o rapaz desaparece misteriosamente. Acontecimentos inexplicáveis passam a se suceder. O pai começa a olhar com mais atenção para as peças do quebra cabeça, e as investigações o levam a uma sofrida senhora cujo filho fora sequestrado anos antes, e que jura que foi Camila, então com outro nome, a responsável.
A previsibilidade é compensada pela habilidade do diretor veterano, que concebe momentos memoráveis. O destino do tal vizinho, que some misteriosamente, é particularmente assombroso, muito bem executado. Uma noite, ao procurar por Camila para convidá-la a sair, a avista de longe, entrando no bosque. Grita por ela, mas a babá parece não o escutar, e então a segue. É quando ele testemunha a moça em um ritual druida aos pés de um enorme carvalho. Surpreendido por Camila, o rapaz é perseguido - do bosque para sua casa, por lobos, e por uma força sobrenatural que prova se materializar em todos os cantos - até ser finalmente morto dentro de casa. É interessante, uma vilã assustadora que tem a seu favor o misterioso comando sobre a fauna e a flora local. Os lobos obedecem a seus comandos, e as árvores de carvalho têm vida!Pode parecer um pouco tolo, mas nas hábeis mãos de Friedkin não o é. O cineasta também faz excelente uso de música, nos moldes do que aconteceu com os filmes recentes de horror A Entidade e Sobrenatural, onde as súbitas entradas de violinos histéricos agudos criam momentos de eriçar os cabelos da nuca.

Todos os direitos autorais reservados a Universal Pictures. O uso do trailer é para efeito meramente ilustrativo da resenha.
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