segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sobrenatural 2 ("Insidious: Chapter 2", James Wan) o diretor James Wan segue em franca ascensão, e conduz com maestria essa imaginativa continuação, cuja força gira em torno da impecável performance da maravilhosa Danielle Bisutti. Digam "Olá" para "A Mãe de Parker Crane"!


Sobrenatural 2 abre com o prólogo que nos leva à origem da assombração que tanto perturbou a família do filme anterior. O ano é 1986, e desde aquela época, Josh, ainda um menino, era assediado por uma "velha" que inicialmente aparecia muito distante nas fotos de família, e com o tempo foi ganhando força, aproximando-se gradualmente. Foi em 1986 que Elise, a investigadora do primeiro filme, naquela época bem mais jovem de quando a vimos anteriormente, conheceu o caso da família Lambert. Ela tinha sido chamado por um colega, Carl, o profissional originalmente envolvido, para ajudá-lo. Lorraine Lambert (quando jovem, vivida pela atriz Jocelin Donahue, de "House of the Devil", e já mais velha, por Barbara Hershey), a mãe de Josh, exibe as fotos onde a criança é perseguida pelo que vem a ser conhecido como a "Noiva de Preto". Josh tinha oito anos, e estava tão marcado pelo assédio que mesmo falar a respeito já o deixava angustiado. Ele não se abre diretamente sobre a "Noiva de Preto", porém, com muita paciência, Elise desenrola uma linha de diálogo. Josh responde as perguntas simples sobre a casa e a vizinhança, e depois que Elise ganha a sua confiança, acaba revelando que às vezes sofre de pesadelos horríveis. A investigadora apaga as luzes, acende as velas e, fazendo uso do metrônomo, conduz uma hipnose, através da qual o menino revela que "Ela está aqui (na casa)". Ao passear pelos diferentes cômodos e corredores, que por si já parecem lugares tétricos, é apenas quando Elise entra no quarto de Josh que o menino, ainda sob hipnose, revela que ela "está quente". Quando o armário entreaberto chama a sua atenção, Elise compreende que a entidade está ali dentro. Não chega a enxergar a "Noiva de Preto", porém ao enfiar a mão entre as roupas penduradas, leva uma mordida da "coisa". Elise desce as escadas, incapaz de conter o próprio medo. Ela faz o diagnóstico do que aconteceu a Josh. Em razão de sua incomum habilidade para realizar projeções astrais enquanto dorme, em um de seus "passeios", chamou a atenção da "Noiva de Preto", uma parasita que quer aquilo que Josh tem e ela não: vida. A única coisa a ser feita é extirpar, pela força da sugestão, o "talento" do menino para as viagens astrais, de modo que assim se afaste gradualmente da "Noiva de Preto" e sua influência maléfica. Repentinamente, Josh se levanta da cadeira, e parece se dirigir a alguém que não está lá "Eu vou te mostrar". O menino aponta para a porta que leva porão abaixo. A porta parece abrir sozinha. Não nos é revelado o que há dentro, mas o horror no rosto de Elise diz tudo o que precisamos saber. Josh é submetido ao processo de sugestão para se esquecer de todos os horrorosos eventos.

O filme corta para o presente, para a época dos fatos de Sobrenatural. Renai Lambert (Rose Byrne) submete a sua versão dos fatos para o detetive, e conta como Elise, agora morta, procurou salvá-los dos espíritos que os perseguiam de casa a casa.  Renai a encontrou morta na poltrona, ao final do primeiro filme, após a aventura para trazer o filho Dalton de volta da região do "limbo", um lugar intermediário, entre o nosso mundo e o que existe após a morte, habitado por almas com assuntos a resolver. Ela descobriu uma câmera nas mãos de Elise, com uma foto batida há pouco, que registrou a "Noiva de Preto". Quando Josh (Patrick Wilson), Dalton e Lorraine chegaram à sala, atraídos pelos gritos de Renai, reagiram com choque ao assassinato de Elise. É claro que o detetive não lhe dá muito crédito, e se porta bastante cético em relação a toda a narrativa. O que lhe interessa são as circunstâncias do homicídio de Elise. Ele está certo de que o responsável foi alguém de dentro de casa, e avisa que confrontará as evidências encontradas nas cenas do crime com o DNA de Josh

Após a aventura no primeiro filme, os Lambert mudaram-se por um tempo para a casa de Lorraine.Não custa a coisas inexplicáveis voltarem a atrapalhar a vida da família, inicialmente de maneira inocente, nos moldes do que ocorreu no primeiro filme. Ao escutar alguém ao piano no salão, por exemplo, Renai pergunta se se trata de Lorraine, mas ao chegar ali, vê que não há ninguém, e que o rádio anjo da guarda está ligado. Renai não dá importância, mas basta deixar o salão para que o piano volte imediatamente "à vida". No meio da confusão, Renai toma um susto ainda maior ao escutar os gritos da bebezinha vindos do rádio. Quando vai verificar, é como se um adulto tivesse arrancado o bebê do berço e o colocado aos pés do móvel. Josh reage de maneira reticente quando a esposa lhe diz que teme que as coisas sinistras os tenham seguido. Como sabemos, Josh esteve no "limbo" no primeiro filme, então há a possibilidade de ter trazido alguma criatura do lugar, "grudada" consigo, quando do retorno ao mundo real.

Specs e Tucker, os divertidos ajudantes de Elise em Sobrenatural, também estão de volta nesta excelente continuação.Após a morte de Elise, sob cuja liderança sabiam trabalhar melhor, a dupla se sente deslocada e perdida. Eles retornam para a casa da investigadora, um tanto quanto confortados pela ideia de que Elise estaria em paz e feliz, no novo plano para onde fora, após a morte. A dupla acha estranho quando encontra a porta da sala de leitura aberta, pois sempre a deixava fechada. De uma forma inexplicável, a TV liga-se sozinha, e um dos rapazes tropeça em uma fita VHS. Melhor exame lhes mostra que se trata de um tape que contém a entrevista que Elise conduzira com Josh, tantos anos atrás, em 1986. Ao assistir ao tape com atenção, a dupla fica intrigada, pois o menino parece se dirigir, sob hipnose, a alguém, que preliminarmente não aparece nas imagens. Naquela noite, Lorraine está cuidando dos netos e checando se está tudo bem. Ela chega aos pés da cama de Dalton, e nota que o menino parece estar sonhando. Lorraine procura escutá-lo, mas a única sentença que parece coerente é "Vovó, tem uma pessoa atrás de você". Assustada, ela se volta para trás, mas não há ninguém.

Será a primeira vez que veremos a "Mãe de Parker Crane", a vilã dessa história. Muito embora possamos enxergar relances do fantasma aqui e acolá, apenas ao final saberemos mais sobre a marcante personagem. Lorraine está pensativa, pelo salão, quando o brinquedinho de andar de Cali é avivado, e começa a se mover ao sabor de uma fanfarra de músicas infantis, acompanhada por um alarido de luzes e cores. Quando vai desligar o brinquedo, vê de soslaio uma mulher vestida de branco (a "Mãe de Parker Crane") passar vagarosa e discretamente, ao final de um corredor. Lorraine vê apenas aquela silhueta muito alta, de branco, engolida pela escuridão da cozinha. A mulher some, e Lorraine vai tomar algumas pílulas para se acalmar. Ao olhar casualmente pelo espelho do banheiro, adivinhem só, Lorraine novamente enxerga a estranha. Apesar de confidenciar com o filho o medo de que os fenômenos paranormais estejam se manifestando mais uma vez, Lorraine concorda em manter os temores para si, pois de outra forma somente estaria criando o clima propício para a desestabilização da unidade familiar, em um momento em que deveriam estar mais unidos do que nunca.Na manhã seguinte, o menino menciona o "sonho", em que a avó foi visitá-lo na cama e ele lhe avisou que tinha uma mulher às suas costas. Não apenas as evidências estão se somando, o comportamento suspeito de Josh torna-se motivo de preocupação. Dalton pergunta à mãe se o pai está bem, pois diz já tê-lo visto falando sozinho no corredor. 

Specs e Tucker procuram por Lorraine, que já lhes adianta que as assombrações retornaram. Eles lhe entregam a fita quando Josh tinha oito anos. Graças a um trabalho de restauração, os rapazes conseguiram clarear a imagem, revelando que logo atrás do menino, há um cavalheiro de pé, e pasmem, exatamente igual a Josh, como que a sua versão adulta tivesse assistido a tudo, vinda do futuro. Lorraine vocaliza o quanto gostaria de conversar com Elise nestes momentos de tão terríveis incertezas.

Renai está na cozinha, quando recebe a ligação do detetive. Boas notícias: o DNA não é compatível com o de Josh, e portanto, o rapaz não é mais suspeito da morte de Elise. Renai agradece, e então o andador de Cali liga sozinho, e parte bailando com as luzinhas, corredor adentro. Renai desliga o brinquedo, quando se dá pela presença da mulher de branco, sentada no sofá do salão. A mulher se levanta muito calmamente, e quando está deixando o lugar, e os seus olhos se encontram, a estranha ainda ergue um dedo silenciador sobre os lábios que lhe sorriem de maneira macabra. O monitor do bebê é avivado, e Renai escuta a voz da mulher, cantarolando uma modinha de ninar.Com a porta fechada por dentro, Renai entra em pânico quando escuta o bebezinho levando uma surra e chorando. Quando finalmente consegue forçar a porta o suficiente para abri-la, não há sinal de ninguém ali dentro. Renai volta correndo para o salão, desesperada ao não encontrar a filha. É quando tem um encontro face a face com a mulher de branco, que subitamente aparece na sua frente, com a face contorcida de ódio, gritando "Não se atreva!", e a apanhando com um forte golpe que a deixa inconsciente.

Specs e Tucker conseguem contatar Carl, o cavalheiro que no começo do filme ajudou Elise a conduzir a entrevista com Josh, nos idos de 1986. A dupla pede para que Carl os ajude a se comunicar com Elise. Carl usa um saquinho com pedrinhas, onde há letrinhas pintadas, a sua maneira de falar com os mortos. Ele chama pela amiga, à espera de uma resposta. Carl consegue contatar um espírito, que se apresenta como Elise, e avisa que Josh voltou do limbo com alguma entidade maligna ligada ao seu ser. Quando perguntado sobre o que a presença deseja, o espírito responde (através do arremesso de dados) "Matar". "Onde ele está escondido?", e a coisa diz "Nossa Senhora dos Anjos". Apesar de o termo não fazer sentido para Carl, Specs e Tucker, Lorraine se toca que o espírito está lhes indicando o hospital onde costumava trabalhar como enfermeira, quando jovem, décadas atrás. 

Josh encontra a esposa desmaiada e a acomoda no sofá. Specs, Tucker, Lorraine e Carl viajam ao hoje abandonado hospital, em busca de respostas. O hospital se tornou um emaranhado de túneis muito escuros, um lugar perturbador. A turma toma um susto quando um deles pisa em cima de uma boneca que começa a falar "mamãe, mamãe". Habilidoso e sensitivo, Carl tem a atenção capturada por um quarto em particular, onde chega a sentir a energia da "Noiva de Preto". Ele pergunta a Lorraine se o quarto lhe parece familiar, e a senhora responde que a ala costumava comportar a UTI. Através de flashbacks, vemos Lorraine, ainda uma jovem mulher, com o filho Josh, entrando no mesmo quarto. Ela havia levado o menino para o trabalho. O monitor de sinais vitais de um senhor de idade chama a atenção de Josh. Subitamente, o idoso desperta e agarra o braço do menino, a ponto de precisar ser contido pelos enfermeiros para largá-lo. Alguns dias depois, Lorraine estava no hospital, descendo pelo elevador, quando se dá conta de que o senhor muito vulnerável que a acompanha no elevador é o paciente do outro dia. O velhinho se chama Parker Crane. Lorraine pede desculpas pelo filho, e ainda vê o velhinho sumir ao longo do comprido corredor. Ao falar casualmente sobre o encontro com uma outra colega, a amiga que diz que é impossível, pois Parker Crane cometeu suicídio na noite anterior, tendo se jogado da janela do quarto. Aprendemos ainda que Parker Crane havia ido parar no hospital por problemas mentais, e o fato de ter tentado castrar-se na marra. 

Josh acorda de um cochilo, e ao ir ao banheiro, constata que um de seus dentes caiu. Ele escuta a voz da mãe morta - e aprendemos que não foi Josh quem voltou do limbo, mas sim Parker Crane, dentro do corpo de Josh. A voz da mãe lhe diz para matar a todos, mas Parker diz que não consegue. Renai acorda e conta a Josh sobre o encontro com a mulher de branco. Ela está em pânico, e imediatamente pergunta pela filha. Josh a leva ao quarto da bebezinha e Renai se acalma ao encontrar Cali dormindo placidamente no berço. Josh (ou melhor, Parker Crane) diz que basta não dar atenção às "coisas", pois assim não terão como machucá-los. Renai começa a suspeitar que não foi o seu marido quem voltou quando, ao comentar que vem escutando no piano uma determinada música, sombra alguma de reconhecimento passa pelas expressões indiferentes de "Josh". Ela dedilha algumas notas no piano, uma música que escrevera especialmente para o marido, mas o rapaz não faz menor ideia do que se trata.

Pesquisando pastas do setor de arquivos, a dupla encontra o endereço de Parker Crane. Specs, Tucker Carl e Lorraine vão à velha residência dos Crane, hoje abandonada, e a invadem por uma janela coberta por frágeis tábuas. No ato, Carl já sente as coisas sinistras que rolaram naquele ambiente pesado e sombrio. Specs e Tucker acham esquisito ao encontrar o quarto de Parker caracterizado como lugar para meninas, com bonecas e vestidinhos. Particularmente intrigante é a casa de bonecas, enorme e muito detalhada. Tucker diz que se trata de um modelo "Rhode Island Red", um dos mais sofisticados. Quando estão para sair, o cavalinho de pau começa a balançar, e repentinamente uma menininha passa por entre os rapazes correndo e gritando "O quarto é meu!". O fantasma ainda lhes avisa "Vocês não podem ficar aqui. Se ela os vir, fará com que eu os mate".

Na casa dos Lambert, Dalton está na cama preparado para dormir, quando uma voz surge para conversar, através do telefone de copos que fez com o irmão. A voz lhe conta que deseja lhe mostrar uma coisa. O menino pensa que é o irmão Foster, e o manda deixar de amolá-lo. "Eu não sou Foster", vem a resposta. Dalton abre os olhos, assustado, e constata que não é mesmo o irmão, que está dormindo na cama ao lado. A linha do telefone de copos leva a outra extremidade ao armário, e Dalton constata que há uma presença albergada na escuridão do móvel. "Os que ele matou são muitos", a voz feminina diz. Repentinamente, uma moça que Dalton jamais viu antes salta do armário e sai andando, aparentando confusão. Quando menos espera, há uma porção de gente que o menino desconhece, pessoas mortas presas ao limbo, ali no quarto, querendo pôr as mãos no garoto. Percebendo que está à beira do limbo, Dalton "volta" ao corpo, e acorda aos gritos. Renai o socorre e o consola. 

De volta à casa dos Crane, Carl usa os dados para voltar a se comunicar com Elise. Lorraine vê um quadro com a pintura de uma dama muito bonita e o seu filho. Imediatamente, reconhece a elegante dama como a mulher que viu assombrando a casa. Os parafusos do lustre acima de suas cabeça começam a se desatarraxar. Carl consegue perceber a tempo de se jogar contra Lorraine para salvá-la do golpe, quando o pesado lustre desaba. Carl começa a perceber que todos eles caíram em um ardil, e que o espírito que tinham contatado não era o de Elise. Ele faz a mesma pergunta ao espírito, e a resposta dos dados é "Não". Através das pedrinhas, a entidade se identifica como "Mãe da Morte", e Carl finalmente compreende que o espírito se trata da "Mãe de Parker Crane". Specs e Tucker acabam por encontrar um quarto clandestino, onde há quinze corpos em decomposição, cobertos por lençóis. Specs acha um baú com vários recortes de jornais que falam sobre um serial killer conhecido como "Noiva de Preto". Quando Carl toca o vestido preto, sofre uma visão, e vê Parker se caracterizando como mulher e matando uma moça. Ele conclui que Parker Crane não apenas era o serial killer "Noiva de Preto", como também a presença "feminina", a "velha de preto", que vem aparecendo nas fotos de Josh ao longo de sua vida. Parker tentara possui-lo quando criança, porque em razão do abuso psicológico da mãe, perdera a infância, que tentava resgatar a qualquer custo.

Lorraine procura por Renai e quando a moça está chegando em casa, a aborda e a chama para conversar em algum outro lugar. Carl, Specs e Tucker concluem que Josh está "possuído" e para salvá-lo, precisarão sedá-lo. O trio prepara uma estratégia, e então Carl bate à porta, identificando-se como o investigador que o ajudou com Elise, muitos anos antes. Specs e Tucker estão escutando a tudo da van estacionada na frente, Specs comentando com Tucker "Rapaz, estou me sentindo um verdadeiro agente da polícia!". Em um outro lugar, Lorraine está explicando à nora que precisarão sedar Josh para salvá-lo. Terão de resgatá-lo do limbo para trazê-lo de volta ao próprio corpo, e expulsar Parker Crane. Josh consegue "ler" o comportamento hesitante de Carl, e vê que foi descoberto. Quando o visitante enxerga casualmente um dente no chão, não tem dúvidas de que Josh "não é mais Josh". Antes que Carl prepare uma dose de tranquilizante, o rapaz o surpreende com uma faca. O "Josh possuído" pede para que Carl consulte os dados e tente adivinhar o que traz consigo. O senhor joga os dados, e a resposta é "faca". Specs e Tucker, que estavam escutando a tudo da van, vez que Carl vestira microfones, arrombam a porta da casa, mas apesar de seus esforços, Josh, ou melhor, Parker Crane, domina a todos.

Carl acorda no limbo, e encontra o verdadeiro Josh, defronte à residência do primeiro filme. Carl precisa da ajuda de Elise, e juntos, os dois partem limbo afora, para tentar encontrá-la. Renai deixa a filha com a babá, depois que recebe uma  falsa mensagem de texto de Tucker, sinalizando que pode voltar para casa, pois Josh já foi sedado. Renai e Lorraine caem na armadilha, e regressam para casa. No limbo, Josh e Carl se veem no jardim da casa da família Lambert. Aqui, o diretor James Wan faz referência a uma cena no filme anterior, quando a família acorda com o barulho do alarme, e encontra a porta arrombada por uma força invisível. Pois bem, nesta continuação, compreendemos o que aconteceu. É como um "túnel do tempo" que liga os eventos do segundo aos do primeiro. No limbo, Carl e Josh enxergam um espírito malévolo louco para entrar na casa. Quando o espírito invade, Josh fica desesperado, temeroso que faça mal à família. Ele corre para o alpendre e esmurra a porta. Pois bem, foi o próprio Josh, ou melhor, o seu espírito, quem derrubou a porta e acionou o alarme naquela noite, no primeiro filme. Também, conferindo com os eventos do primeiro, o Josh do mundo real chegou a ver o espírito maligno prestes a fazer mal ao bebê, e lutou com o invasor. Foi uma outra presença, porém, que expulsou o ser demoníaco, e aqui, descobrimos que se tratou da alma de Elise, que surgiu do nada e a enviou de volta ao inferno, com um grito que arremessou o invasor pela janela. 

Elise fez uma transição segura para o além, todavia ao escutar o clamor de Carl e Josh, decidiu voltar para o limbo, para ajudá-los. Eles se abraçam. Elise diz que todos nós temos que passar pelo limbo um dia, com a certeza de estarmos a caminho de um lugar melhor e mais feliz. Ela explica a Josh que a única forma de pôr um ponto final naquele pesadelo é encontrar o lar da senhora Crane e enfrentá-la. Josh explica a Elise que não sabe como chegar ao lar dos Crane, no limbo, e ela responde que os dois estão procurando a informação com a pessoa errada. Em mais um flashback, Josh se vê na sala da casa da mãe, quando criança, quando submetido à hipnose, em 1986. O menino se levanta da cadeira e aponta para o porão. O espírito de Josh desce o porão e dá com uma porta vermelha. Ele compreende que seria ali a passagem ao lar da senhora Crane, no plano espiritual.

Ao mesmo tempo, no mundo real, Lorraine e Renai encontram Josh `a mesa, com um olhar raivoso, esperando-as. Elas percebem tarde demais que Carl foi neutralizado por Parker Crane. Agora possuído, Josh persegue as duas ao longo da casa. Ele tranca Lorraine no banheiro e parte para a esposa, determinado a assassiná-la. Mesmo a voz de Josh começa a soar diferente, o tom de uma outra pessoa, o próprio Parker Crane, que jura que a levará para o outro lado. Em um piscar de olhos, enquanto tem as mãos de Josh apertando o pescoço, Renai o vê mudar: ele assume a forma da "Noiva de Preto", sorridente enquanto a estrangula até a morte. Josh teria matado a esposa, não fosse pelos filhos, que estavam chegando a casa naquele instante. Dalton acerta o pai com um bastão, e Renai aproveita para recuperar o fôlego. Ela leva os filhos para o porão e se tranca, Josh furioso do lado de fora.

Aqui, vem a parte mais impressionante de Sobrenatural 2. Apesar de termos visto a "Mãe de Parker Crane" aqui e acolá, durante a maior parte do filme, será apenas agora que James Wan nos oferecerá uma janela maior para a história dessa bizarra personagem. No limbo, Carl, Elise e Josh encontram o lar da senhora Crane, e sobem até ao quarto que costumava ser o de Parker. Eles encontram uma garotinha sentada na cama, mas ao prestarem mais atenção, veem que se trata de um pobre menino, obrigado a se vestir como menina, inclusive com peruca. O filme nos leva a crer que o marido da senhora Crane se desinteressou por ela e a abandonou, o que a tornou uma mulher amarga e abusiva. Aos poucos, desandou para a insanidade completa, forçando o filho a se comportar como menina, chamando-o de "Marilyn", para afastar quaisquer vestígios que a levassem a se recordar do ex-marido. Quando Parker preparou um lindo desenho para a mãe, e assinou com "Eu te amo, mamãe, com carinho, Parker", ao invés de usar "Marilyn", nós a vemos entrando no quarto furiosa para lhe dar uma tremenda surra (a cena mais memorável do filme, a atriz Danielle Bisutti roubando o filme de seus protagonistas e dando a performance excepcional). O abuso da mãe parece ter levado Parker à insanidade e, na velhice, ao suicídio. Apesar de ter se tornado o serial killer "Noiva de Preto", um dia foi apenas uma criança inocente vítima das loucuras de uma mulher cheia de rancor por ter sido trocada pelo marido por outra mais jovem e bonita. Carl, Elise e Josh ficam abismados, assistindo à surra, quando a senhora Crane dá pela presença do trio. Ela expulsa a todos com a força do grito, jogando-os para fora do quarto.No mundo real, Dalton, o único membro restante dos Lambert capaz de viajar para o limbo, convence a mãe a deixá-lo se aventurar na dimensão dos espíritos para salvar o pai. O coração de Renai se enche de dor, mas ela percebe que não há mesmo outra opção. Dalton vai dormir, e quando acorda, está no limbo.

Trancado em um cômodo do lar dos Crane, Josh consegue escutar as batidas na porta, Elise e Carl gritando para que destrua a senhora Crane enquanto há chance. Josh fica abismado com os espíritos de toda a gente assassinada por Parker Crane, almas muito tristes e silenciosas, cobertas por lençóis brancos. Quando ele puxa um dos lençóis, encontra a senhora Crane, que o surpreende, apanhando-o pelo pescoço e o estrangulando.  Simultaneamente, no mundo real, o "Josh possuído" arrebentou a parede do porão e conseguiu entrar. Renai é rapidamente dominada. Josh apanha um martelo e o ergue sobre a cabeça, preparando o golpe fatal. No limbo, Elise tenta convencer o espírito do menininho Parker. Ela procura se concentrar na criança inocente que um dia Parker foi, desconsiderando o psicopata frio que se tornou (por causa da mãe louca). Elise implora para que a ajude a abrir a porta, para deter a mãe. Se o fizer, a sua alma poderá descansar em paz. O menino aceita ajudá-la, e Elise entra a tempo de acertar a senhora Crane com um cavalo de brinquedo. Naquele mesmo instante, o "Josh possuído" dá um grito de dor e desmaia, sem conseguir desferir o golpe mortal em Renai

A senhora Crane foi derrotada, e o espírito de Parker Crane, ao menos a parte de si que era pura e inocente, encontrou alguma paz. Elise pede a Josh e Carl que partam e voltem ao mundo real, pois a sua hora não chegou. Enquanto Carl e Josh saem em disparada da casa, o limbo ao redor começa a se desintegrar. Os dois não sabem por onde fugir, mas então a voz de Dalton chega pelo telefone de copos com que costumava brincar com o irmão no mundo real, e o menino os orienta a uma rota segura. De volta ao mundo real, Renai abraça o filho e suplica para que acorde. O menino desperta, assim como o pai. Para provar que Parker Crane se foi, há um momento muito doce (típico do diretor James Wan) quando o marido, muito emocionado, prova a Renai que é o homem que ama ao afirmar que fora o seu espírito ao piano, todas as vezes em que escutara a música que fizera em nome de seu amor. Renai brinca respondendo que, sim, só podia ser Josh mesmo ao piano, pois sempre tocava muito mal!A família se abraça, o horror finalmente vencido. Em um momento de humor, o atrapalhado Tucker surge através da parede, preparado para enfrentar o perigo que nem está mais ali. Com a ajuda de Carl, Josh e Dalton têm suprimidas todas as suas habilidades de viagem astral. Agora, os Lambert não correm mais riscos de serem atormentados novamente.

Algum tempo se passa. Vemos Specs e Tucker baterem `a porta de uma nova família. O pai vai atendê-los, e quando a dupla diz que tem um recado de "Allison", fica nervoso e pede para que os deixe em paz. Neste ínterim, uma menininha vai `a porta, e vemos que consegue enxergar o fantasma de Elise bem no meio da dupla, ali para ajudar. Allison é a filha adolescente, que parece em estado de coma. Ocorre que o que se sucedeu `a jovem foi praticamente a mesma coisa que ocorreu a Dalton, no filme anterior. A verdadeira Allison, ou melhor, o seu espírito, está no limbo, e agora é a missão de Elise, Tucker e Specs ajudar mais uma família sofrendo nas garras do sobrenatural. Com essa conclusão, o diretor nos dá uma prévia do que está por vir com "Sobrenatural 3". Certamente, sentiremos saudades da família Lambert, mas podemos esperar pelo retorno de nossos velhos conhecidos Specs, Tucker e Elise. "Sobrenatural 3" está previsto para chegar aos cinemas em 2015!Mal podemos esperar, não é mesmo?

O diretor James Wan segue a trajetória de ascensão estratosférica com a continuação de um de seus filmes mais fortes. Depois de se consagrar em 2013 com o excelente "Invocação do Mal", volta às origens ao lado de seu ator (que no filme interpreta Specs) e roteirista Leigh Whannell, tendo como base um argumento refrescante e cheio de ideias, que retoma a história original, do exato momento em que o primeiro terminou. Aqui, mais uma vez, deixa incontestável o talento incomum e o respeito e carinho para com seus personagens, fugindo do lugar comum que assola sequências de grandes filmes de horror. Da mesma forma que foi feito com "Hellraiser 2", James Wan aproveitou a oportunidade para expandir a mitologia do primeiro filme. Em 1988, quando "Hellraiser 2" chegou aos cinemas, não se sabia para que direção o estúdio levaria a continuação de um filme tão singular e difícil. Metade de "Hellraiser 2" se passa na realidade dos cenobitas, o diretor Tony Randel determinado a nos mostrar aquilo que no original de Barker aparecera muito remotamente, honestamente apenas sugerido. Parte do elenco principal também estava de volta, legitimando o projeto. Aqui, James Wan amarra a segunda história à primeira, metade do enredo se desenrolando no "limbo", onde aprenderemos melhor sobre a natureza da assombração que aterrorizou os Lambert no original, dando aos personagens desta jornada um desfecho digno. Assim como o filme de Barker, o verdadeiro vilão não é o monstro a que faz inicialmente crer. Em "Hellraiser", a imagem muito forte dos cenobitas sugere que serão os antagonistas da história, o que é ledo engano. O primeiro filme trata de amores proibidos e desejos inconfessáveis, os monstros o plano de fundo para as pessoas muito doentias que conduzem toda a linha narrativa. Em Sobrenatural 2, aprendemos que foi a mãe de Parker Crane, e não o próprio, a responsável por todos os horrores. Se ele se tornou um monstro apavorante, havia uma criatura ainda pior empurrando-o na direção do mal. Não por menos, o último monstro que Carl, Elise e Josh precisam vencer no limbo seja justamente a "Mãe de Parker Crane".

Poucos são os artistas que compreendem o desafio que é rodar uma continuação. Recentemente, os criadores de "Atividade Paranormal" aprenderam da forma mais difícil, quando após 03 filmes muito interessantes, receberam resenhas desfavoráveis com o quarto da série. Assim, os criadores balancearam a equação, e renovaram o charme da franquia com o novo "Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal", que apresenta novos personagens e se passa na comunidade latina, onde o apelo dos filmes é muito forte. Wan conclui a saga da família Lambert com chave de ouro, e prepara terreno para novos filmes, abrindo a oportunidade para renovação e criatividade. Prudente é aquele que desiste enquanto está no topo da forma.

Sobrenatural 2 equilibra muito bem momentos cheios de horror com bom humor e instantes de doçura que permitem não apenas que a plateia recupere o fôlego, como também se afeiçoe aos seus protagonistas. A cada novo filme, as semelhanças entre Wan e o jovem Steven Spielberg parecem mais gritantes. Spielberg se tornou uma força cinematográfica com pequenos filmes, cujo elemento "susto" parecia inversamente proporcional aos orçamentos mínimos com que eram rodados. "Duel" e "Tubarão", produções baratas, o tornaram um cineasta querido e requisitado, e fizeram muito dinheiro nas bilheterias. Apesar de com o tempo e o incremento no valor de suas produções o cineasta ter feito a transição para trabalhos caríssimos e ambiciosos, sempre soube o caminho para pincelar as suas obras com tintas pessoais e instantes de doçura e emoção que vieram a se tornar as principais características de obras como "E.T." ou os filmes do herói "Indiana Jones". Wan ainda está no começo de carreira, porém já se sobressai como um dos raros artistas a equilibrar tão perfeitamente horror, emoção, doçura e lições de vida que mesmo nós temos como aproveitar para as nossas próprias. Se "Invocação do Mal" é uma máquina de terror, não se pode negar que, no cerne, há uma valiosa mensagem sobre a força da unidade familiar e sobre como o amor que temos uns pelos outros é a coisa que o Mal mais deseja destruir, pois é o único elemento que pode ameaçá-lo. Ademais, é um artista que apesar de saber amedrontar, não ultrapassa o senso do bom gosto e da elegância. Muito embora aterrorizantes, os seus filmes são encantadores e fazem muito dinheiro porque podemos lhes assistir certos de que teremos uma hora e meia, duas horas de entretenimento de qualidade, sem que sejamos bombardeados por violência gratuita ou excessos, lamentavelmente tão comuns ao gênero. Wan chegou ao ponto de convivência entre o que o grande público espera ao pagar pelo ingresso e aquilo que o inspira a fazer arte, e o resultado é a honestidade que traduz o merecido e estrondoso sucesso que vem conseguindo para a sua vida. Se compararmos Wan com outros artistas muito criativos e talentosos, veremos que cineastas como Rob Zombie, Brad Anderson, Clive Barker, Cronenberg, De Palma, Argento, Tom Shankland, entre tantos outros, apesar do amor que emana das câmeras e das folhas, não conseguem emular o mesmo apelo comercial que aquele, e portanto precisam rodar os seus filmes em escalas menores. Agora que James Wan estará comandando o próximo "Velozes e Furiosos 7", resta torcer para que à medida que os orçamentos se tornem cada vez maiores, não deixe que o compromisso com o sucesso engesse o seu coração de artista, ou mesmo tolha a criatividade que o individualiza em meio a tantos sucessos de bilheteria.

Outro ponto admirável seu é a fidelidade ao elenco. Wan é o tipo de cara que não se esquece de onde veio. Vocês devem saber que Leigh Whannell, o Specs, é o seu colaborador habitual nos roteiros para os filmes, a amizade dos dois remontando a 2004, quando começaram com o primeiro "Jogos Mortais". Desde então, Wan sempre encontra uma maneira de reservar um bom papel para seu amigo. Ao lado de Angus Sampson, a dupla representa mais um importante elemento agregador à fórmula de sucesso criada pelo cineasta, que entende que risadas ocasionais e momentos de leveza e humor se fazem necessários para conquistar e preservar a simpatia e a atenção de sua plateia, principalmente em um filme tão tenso e sombrio. Patrick Wilson esforça-se em dobro, pois aqui interpreta dois personagens, Josh e Parker Crane. Impressionante como mesmo com um mero sorriso sinistro, Wilson salta do honesto e bondoso Josh para o serial killer malicioso Crane. A cena em que Carl percebe que Josh está possuído e escondendo uma faca nas costas é um dos grandes sutis momentos de Sobrenatural 2, e Wilson só precisa de um sorriso e olhar para nos causar arrepios. Mesmo que Elise tenha morrido no primeiro filme, Lin Shaye reforça o elenco com uma nova contribuição, aqui aparecendo no mundo do além, como a luz que guia os heróis pelos momentos mais escuros e difíceis. Jocelin Donahue, conhecida pelos fãs do gênero graças ao filme independente "House of the Devil", de Ti West, surge nas recordações de Lorraine, e com muita doçura e vulnerabilidade, nos oferece um rosto para o passado da mãe de Josh, tornando-a mais familiar, até mesmo contribuindo para a performance de Barbara Hershey, que dá vida à mesma Lorraine, já velha. Danielle Bisutti, uma atriz muito talentosa, também é uma nova adição ao elenco. Mais conhecida pelo seriado de televisão "True Jackson", ela dá a performance excepcional do filme, construindo uma assustadora e cruel vilã, tão forte e violenta quanto a "Julia" de "Hellraiser 1 & 2", vivida pela extraordinária Clare Higgins. Bisutti não aparece muito, apenas o tempo correto para deixar uma marca indelével em nosso imaginário. Em uma entrevista no red carpet, na estreia do filme, Bisutti disse algo que explicou a nuance de seu desempenho que mais salta aos olhos. Ela disse que foi em seu background de atriz de teatro onde procurou pelas tintas certas para fazer essa personagem, e é verdade: os modos e movimentos da "Mãe de Parker Crane" podem parecer exagerados, mas aqui ela nos faz lembrar os monstros do cinema impressionista alemão mudo, tais como o "Nosferatu" de Fritz Lang. O vestido, os braços bem compridos, os dedos muito finos e tortos, o rosto muito alvo e o batom exageradamente vermelho somam-se para criar a imagem de um monstro de gestos largos e forte impressão. Que ela tenha conseguido fazer tanto com uma personagem que aparece relativamente pouco é testemunho de seu enorme talento.

Como todos os filmes de seu diretor, Sobrenatural 2 nos devolve momentaneamente à infância, quando os monstros pareciam mais assustadores, os mistérios, verdadeiramente inexplicáveis, os temores, maiores do que nossas próprias vidas. Não há dúvida de que na arte de Wan exista muito de suas próprias experiências e ansiedades de infância, e me impressiona que não apenas tenha conseguido conservar o mesmo olhar, depois de tantos anos, como também aplicá-lo ao seu story telling. Quando vamos ganhando idade, nos perguntamos para onde foi aquela sensação que experimentávamos quando assistimos a filmes que tão profundamente costumavam nos marcar. Foi difícil encontrar obras tão memoráveis e psicologicamente devastadoras quanto os dois primeiros "Hellraiser", mas então veio toda essa gente nova e muito talentosa, James Wan, Rob, Brad Anderson, todo o pessoal, para resgatar o fascínio que teoricamente só se tem uma única vez na vida. Recordo-me de uma frase de Tim Robbins, no suspense "O Suspeito da Rua Arlington", a história de um professor universitário emocionalmente fragilizado que fica obcecado com a ideia de que seus vizinhos são terroristas. Ele perdeu a mulher há alguns anos atrás, uma agente do FBI, e desde então se desdobra para ser um pai melhor para o filho. Robbins é o vizinho que chega à vizinhança trazendo a sua família feliz, e se torna o seu melhor amigo. Há uma cena em que os dois estão conversando, e Robbins lhe diz que conversa muito com o filho do professor, e que este exprimiu a tristeza pela ausência da mãe, de uma maneira que jamais contara antes ao pai. O professor parece surpreso que o filho conviva com tanta dor e saudade sem que jamais tenha se apercebido de tamanha tristeza, e Robbins explica, em uma cena sutil e cheia de eletricidade "Jamais somos tão sábios quanto quando crianças. Eles dizem, e é verdade: jamais enxergaremos as coisas de maneira tão clara novamente". 

Todos os direitos autorais reservados a Sony Pictures. O uso do trailer é para efeito meramente ilustrativo desta resenha.

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