
A
ação começa logo nos minutos iniciais, quando vemos o time realizando uma
batida em uma mansão que serve como central de operações para um importante chefão. A sequência serve para nos apresentar os membros do time: James "Monstro" Murray & sua esposa Lizzy
(Sam Worthington & Mireille Enos), Joe "Moedor" Philips (Joe Manganiello),
Julius "Sugar" Edmonds (Terrence
Howard), Eddie Jordan (Josh Holloway), Tom "Pyro"
Roberts (Max Martini), Bryce "Tripod" McNeely (Kevin Vance) e "Smoke" Jennings.
Lizzy está infiltrada na festa como insuspeita convidada, enquanto os demais se preparam para invadir. Breacher e os rapazes avançam com o caminhão
jardim adentro, e iniciada a batida, Lizzy mata o chefão antes que consiga
esboçar alguma reação. Os seus asseclas puxam armas e abrem fogo, mas Lizzy foge pela
varanda e encontra os colegas na entrada. Breacher e os rapazes invadem a
mansão. A eficiente cena é brilhantemente orquestrada, pois jamais parece falsa. O
diretor parece bastante preocupado em manter-se fiel à dinâmica do trabalho dos
homens que realmente arriscam as vidas em operações antidrogas semelhantes.

"Venham receber o seu pagamento!", Breacher comemora. Todos estão muito felizes, mas sabem que precisam correr contra o relógio: monitorados pela inteligência do DEA, que acompanha a operação por rádio, os rapazes contam com três minutos para "sumir" com uma "fatia do bolo" antes que seus superiores entrem para avaliar o resultado. O rádio de Breacher chama, e conforme o veterano espera, do outro lado da linha, os superiores o questionam sobre o motivo da demora para liberar a entrada. Breacher dá uma desculpa qualquer, cita um imprevisto de última hora. "Ainda há snipers pelos corredores, esperem até que tudo fique limpo!", Breacher pede. Na verdade, "Smoke" usará o cano d'água do vaso do banheiro para esconder a "fatia do bolo" ensacada. A ideia da turma é retornar mais tarde para apanhar a grana sem levantar suspeitas. Durante o trabalho de extravio de parte do dinheiro, um bandido surge de supetão e infelizmente acerta "Smoke". A equipe imediatamente abre fogo contra o bandido. "Smoke" foi mortalmente ferido. A turma apressa o trabalho de esconder a grana para deixar logo a casa.
"Moedor", que é um homem enorme, apanha o colega ferido e o ergue sobre os ombros, para levá-lo para fora, para a atenção dos médicos que já estão chegando. Breacher pergunta a Lizzy quanto de grana já conseguiram "surrupiar", e ela dá um número aproximado de dez milhões de dólares, mais do que o suficiente. Antes de deixarem a sala, os rapazes preparam explosivos. Breacher se alberga por trás de uma parede e atira em direção à sala, já abandonada pelos demais. O disparo aciona os explosivos e transforma a pilha de dinheiro restante em chamas: a ideia aqui é apagar todos os rastros que possam incriminar o time de Breacher. Vez que o dinheiro se transformou em cinzas, os comandantes da operação e o pessoal da corregedoria jamais terão como saber ao certo os valores, tampouco suspeitarão da fatia de dez milhões que foi espertamente protegida pelos rapazes dentro do cano d'água.
A surpresa vem depois naquela noite, quando a turma chega pelo esgoto ao local onde o dinheiro deveria estar. Eles não encontram nada. Aflitos, começam a se perguntar quem mais sabia da operação, quem poderia tê-los prejudicado. "Arriscamos nossas carreiras por nada!", um deles exclama, coberto de razão. Não demora à Corregedoria chamá-los para depor. Mesmo após todos os cuidados para apagar rastros, os superiores sabem que há dez milhões faltando, e quando menos esperam, os rapazes se veem convidados a depor. O primeiro a conversar com a corregedoria é Breacher. Os agentes dizem admirar a impecável carreira do veterano, mas afirmam que precisam descobrir onde estão os 10 milhões de dólares. A corregedoria revela que o FBI vinha realizando uma investigação paralela, e que portanto sabia-se que os valores dentro da mansão revolviam 200 milhões de dólares. A Corregedoria faz pressão sobre todos os membros do grupo de Breacher, mas eles se mantêm resolutos em não abrir a boca. Os corregedores os alertam de que se o cartel descobrir sobre os dez milhões desviados, logo os estarão eliminando, um a um.

Ao voltar à mesa, John encontra um post it no monitor. "Venha me ver. Floyd". Floyd é o superior do DEA, o diretor do departamento. Apesar de respeitar Breacher, Floyd ainda crê que o veterano e seus rapazes foram os responsáveis pelo sumiço dos dez milhões. No entanto, Floyd o deixará voltar às rédeas da Força Antidrogas. Ordens vindas do alto escalão de Washington exoneraram o veterano e seus amigos de qualquer responsabilidade pelo sumiço da grana, e assim, Breacher poderá retomar o comando de seu time.
O veterano se reúne com a equipe no quartel de operações especiais. A turma também está no aguardo de novidades. Apesar da confusão em que estão metidos, o ânimo não é dos piores. "Moedor" está fazendo uma tatuagem nas costas de "Pyro": o rapaz prometeu que tatuaria uma homenagem ao camarada morto "Smoke", mas na verdade está preparando uma brincadeira, desenhando, isto sim, uma figura obscena, sem que "Pyro" tenha se dado conta. A dinâmica entre os colegas é a de família. Eles brincam uns com os outros com a intimidade de irmãos. Breacher chega e quando vê aquela "zona", bota moral. "A investigação acabou, vamos voltar ao trabalho!", ele anuncia, espalhando os distintivos na mesa, para a alegria da equipe.

Os agentes antidrogas invadem a casa, e atiram somente nos bonecos que representam bandidos, porém na última sala, demonstram desleixo ao desconsiderar averiguar atrás da porta. Breacher interrompe o exercício, e lhes mostra onde erraram. Mais tarde, Breacher e "Monstro" estão mais à vontade, e o chefe o pergunta o que o fez se distrair e cometer o erro. "Monstro" diz que o vacilo se deve aos seis meses em que estiveram sob o crivo da Corregedoria, e reclama que a galera deixou de fazer-se sentir uma família, para mais parecer uma gangue. Breacher imediatamente reúne todos e lhes fala sobre o quanto confia a vida aos amigos e os considera família. Para provar a confiança inabalável, Breacher os convida a realizar o mesmo exercício de invasão, porém desta vez com o veterano dentro. Qualquer erro dos companheiros, e sobrará para o veterano, no entanto Breacher não guarda nenhuma dúvida da performance de seu time. Como esperado, a turma põe abaixo os bonecos, sem causar mesmo um arranhão ao chefe, que os aguarda dentro de um dos cômodos. O exercício prontamente restabelece a confiança entre os companheiros, e naquela mesma noite, saem para beber cerveja e comemorar em um bar.

"Pyro", que mora em um grande trailer Winnebago, acorda de ressaca, sem muita lembrança da farra da noite anterior. Tarde demais, descobre que alguém dirigiu o trailer enquanto dormia até ao meio de trilhos, e uma locomotiva está a caminho. Desesperado, "Pyro" luta com a porta (deixada criminosamente lacrada para que não tivesse chance), sem sucesso. O trem colhe o Winnebago com toda a força, e mata o agente na hora. Breacher chega horrorizado ao local da tragédia, e se apresenta `a Detetive Caroline Brentwood (Olivia Williams), da divisão de Homicídios. Ela pergunta de cara se "Pyro" tinha muitos inimigos. "Só muitas ex-esposas", Breacher responde.
Na manhã seguinte, Caroline aparece na casa de Breacher. O time se reuniu para um churrasco em honra a "Pyro", e a agente da Homicídios é muito mal recebida pelos rapazes. "Monstro" avisa à galera que a moça é a detetive responsável pela investigação da morte do "Pyro". "Vem até aqui e balança esse traseiro para mim", Eddie Jordan provoca, para as gargalhadas dos demais. "Moedor" é particularmente incisivo, cheio de piadas machistas, até que Breacher chega e ordena que os rapazes parem com as provocações. Ele a chama para dentro, e a turma volta a carga com as piadas "Vai, Breacher, trepe com ela!", Lizzy brinca. As fotos molduradas no escritório fazem prova da envergadura do profissional; Breacher aparece ao lado de todos os últimos Presidentes norte-americanos.
Caroline vai apanhar Breacher à noite, para que preste depoimento quanto as circunstâncias da misteriosa morte de "Pyro". O veterano revela que apesar da má impressão, os homens de seu time são os melhores agentes secretos do DEA. Os dois dão uma passada na casa de Eddie para tomar seu depoimento, mas ao entrar, Breacher constata luzes desligadas. O susto vem em seguida, quando o casal encontra o corpo de Eddie pregado no teto, estripado. A polícia é chamada, Caroline reage com choque. "Você fuma?", Breacher pergunta, para aliviar a tensão, e Caroline retruca "Só quando encontro as testemunhas pregadas na droga do teto!". Conforme resultado da perícia, Eddie morreu após uma facada no ventrículo direito, tendo o corpo estripado posteriormente. Darius, parceiro de Caroline, não compreende como um agente altamente preparado poderia ter sido rendido e morto tão facilmente. "Só por alguém mais habilidoso", opina o legista. Fios de cabelo também são encontrados, e imediatamente enviados para o laboratório.
Àquela altura, todos se encontraram no quartel de operações especiais para montar as peças e compreender quem os está eliminando. O time fez tantos inimigos ao longo dos anos que pode ser qualquer membro de cartel. Enquanto Breacher crê em vingança do narcotráfico, "Moedor" alerta que foi por culpa do dinheiro que agora se veem caçados, e o assassino pode ser mesmo algum outro agente do DEA. Breacher ordena que "Moedor" se cale, pois até onde sabem, o lugar pode estar cheio de grampos armados pela Corregedoria. Investigando por conta própria, certa de que há mais à história do que os olhos veem, a primeira porta onde Caroline bate é a do casal "Monstro" e Lizzy. "Monstro" mostra à agente terríveis fotos em seu celular. Ele explica que é aquele tipo de brutalidade que se pode esperar do cartel Rios-Garza, uma vez que se cruze seu caminho, dando a entender que o time está sendo alvo de uma "vendetta", e que ela mal pode começar a compreender a extensão do problema ou dos riscos envolvidos.
Quando Caroline procura os superiores da Corregedoria, abre o jogo e afirma acreditar que o cartel Rios-Garza deve estar por trás das mortes no time de Breacher, como forma de retaliação. Caroline explica que para chegar aos culpados precisa compreender melhor os agentes, e pede acesso aos arquivos sigilosos do DEA, que explicariam melhor as origens de Breacher & seu time. Darius e Caroline são abordados por um agente do DEA. O rapaz, que no começo do filme vimos tratar-se de um colega de Breacher, avisa que o DEA é como uma família disfuncional, e ali não encontrarão ajuda fácil. Todavia, continua, se se aprofundarem um pouco mais, verão que talvez a explicação resida não em cartéis, mas em obra de um dos próprios membros do time. A breve conversa deixa Caroline com uma pulga atrás da orelha.

Caroline recebe a visita de "Monstro" no prédio da Homicídios. Consoante o agente avisara no começo, se Caroline entrasse no "mundo", no cotidiano do time do DEA, descobriria somente coisas perturbadoras. O vídeo que a detetive estava assistindo, uma tortura brutal típica dos asseclas do cartel Rios-Garza, reafirma a assertiva de "Monstro". "Eles são os melhores assassinos que o dinheiro pode pagar", diz. Caroline o assegura de que quer ajudá-los, mas gostaria que "Monstro" abrisse o jogo e revelasse tudo o que sabe sobre Breacher. "Monstro" então desabafa, e fala tudo o que conhece sobre o trágico passado do chefe.
Há dois anos, Breacher e a turma haviam prendido Edgar Rios, cabeça de todas as grandes operações do cartel, na cidade de Juarez. Quando estavam para entregar o bandido no México, um dos oficiais mexicanos sacou sua pistola e estourou os miolos do chefão. O cartel não queria que Rios fosse interrogado pela Inteligência do DEA. Além de ordenar a execução de um de seus próprios chefões, o cartel também se vingou de Breacher, o "homem que pegou o homem que ninguém conseguia pegar". Em um flashback desesperador, vemos Breacher recebendo uma ligação no aeroporto, quando os traficantes lhe contaram que haviam entrado na sua casa e sequestrado esposa e filho. "Monstro" testemunhou todo o triste, doloroso instante, o impotente, aflito Breacher escutando a tudo, a dor estampada em seu rosto, os seus amigos o segurando e procurando contê-lo.
A revelação é um momento particularmente emocionante, pois por meio de flashes, aprendemos sobre o marido dedicado e pai amoroso que Breacher um dia foi. O filho Jacob era seu melhor amigo, e ele se fazia presente em todos os momentos, um homem honrado e de valor que só queria cuidar bem da família e dos amigos, e fazer o seu trabalho corretamente, livrando cidadãos do inominável mal dos narcóticos. "Monstro" prossegue com a narrativa, e conta que Breacher enlouqueceu após a morte da família. Viajou sozinho para o México, atrás dos responsáveis, sem sucesso. A turma precisou rastreá-lo em Juarez e convencê-lo a desistir e voltar aos Estados Unidos. Mesmo dois anos mais tarde, Breacher continua obcecado em encontrar os assassinos da mulher e filho. Segundo "Monstro", a turma perdeu o velho John "Breacher" no dia em que o cartel Rios-Garza matou sua família. "Monstro" só se dá pela presença de Breacher ao terminar de contar a história. "Monstro" se desculpa e afirma que só estava tentando ajudá-lo. Caroline fica bastante emocionada com a triste história. Ela lamenta pelo ocorrido, mas por ora Breacher não quer conversa com ninguém.
Breacher a visita para que os dois façam as pazes, e aproveita para apresentar um dossiê: os atiradores que derrubaram "Tripod" eram soldados das Forças Especiais da Guatemala, que vieram de Juarez para os Estados Unidos com vistos roubados. Breacher fornece um invólucro com teste de digitais retiradas de latas de cerveja, pela Imigração, do quarto onde os atiradores estiveram hospedados. Ao perguntar por que lhe confiava tão valiosa informação, Breacher explica que apenas não quer que nada lhe aconteça. Tocada, Caroline o abraça e os dois se beijam e fazem amor.



Breacher
não se conforma. "Agora vamos nos dividir?E
nos espalhar ao vento?",
ele pergunta, ao ver o grupo que ajudou a criar ruir por conta da
desconfiança. A situação desagradável se torna pior quando,
subitamente, Lizzy revela ao marido "Monstro"
que o vem traindo com "Sugar".
"Sugar"
fica furioso, pois não era hora ou lugar para falar sobre o caso. Ele
se desculpa com "Monstro",
que perde a cabeça e parte para cima dos dois. Lizzy entra no carro de "Sugar",
que arranca, deixando Breacher
e "Monstro",
o marido traído, para trás. "Nós
arruinamos tudo, Breach",
"Monstro"
lamenta, inconsolável.

Breacher e Caroline chegam ao quarto de onde o atirador abriu fogo, e colhem depoimentos. Uma guarda de tráfego viu quando Lizzy deixou apressadamente o prédio com uma bolsa (onde guardava o rifle), na companhia de um homem negro. Breacher "faz a matemática" e conclui que foi mesmo Lizzy quem tentou matá-los, e agora procura fugir com "Sugar", o amante. Preocupado com o amigo "Monstro", ao visitá-lo, Breacher descobre que o rapaz foi morto por Lizzy. Por flashbacks, vemos o que aconteceu, basicamente uma discussão acalorada que acabou tragicamente. "Monstro" não se conformou em perder a mulher para o amigo, e ameaçou rasgar o passaporte de Lizzy para atrapalhar os seus planos de fugir com o amante. Lizzy reagiu com fúria, e com um movimento brusco e impensado com a faca de cozinha, cortou a jugular de "Monstro". Vemos que ela imediatamente se arrependeu, pedindo perdão a "Monstro", tentando estancar a hemorragia, mas já era tarde demais.

Breacher e Caroline chegam aos destroços logo depois. Lizzy é a única que ainda está viva, mas dada a gravidade dos ferimentos, não sobreviverá por muito tempo. Ele pergunta por que Lizzy matou todas aquelas pessoas, e finalmente compreendemos as motivações dos personagens. Lizzy ficou ressentida quando os dez milhões foram furtados, e matou o time para tentar chegar a aquele responsável pelo sumiço da grana. Breacher revela que foi ele quem pegou o dinheiro. Lizzy entende que Breacher pegou a grana para viajar para o México, subornar a corrupta polícia de Juarez e chegar à identidade dos vilões do cartel Rios-Garza responsáveis pela tortura e morte da mulher e filho. "Nada do que você faça os trará de volta, John", Lizzy lamenta e morre.
Breacher deixa tudo e viaja para Juarez, uma típica cidadezinha mexicana de fronteira, vizinha a El Paso, Texas. Ele coloca os dez milhões de dólares sobre a mesa do delegado local e pede para que lhe diga onde os homens responsáveis pela morte da família estão. O delegado acaba cedendo, e entrega a Breacher o dossiê com os dados dos bandidos. O veterano os segue até a um bar da região, frequentado pela escória do narcotráfico. O chefão é guardado por um forte esquema de segurança, soldados armados de metralhadoras automáticas, mas Breacher não se intimida. Quando o chefão vai ao banheiro com uma prostituta, Breacher o segue e rapidamente o rende. Ele se identifica como o homem cuja família o cartel torturou e matou, e sem hesitação lhe dá um tiro na nuca. Breacher sai do banheiro de revólver em punho, pronto para o duelo. Os seguranças do chefão o recebem a bala, mas Breacher é como uma locomotiva desgovernada, avançando implacável em direção ao bar, devolvendo os tiros sem um único segundo de vacilo ou temor, derrubando os bandidos um a um. Resta apenas um capanga, que pateticamente procura recarregar a pistola. Breacher se aproxima com toda a calma do mundo, enquanto o bandido, acabando-se de medo, entregando a sua verdadeira natureza covarde, treme a ponto de não conseguir encaixar o cartucho a tempo. Breacher lhe dispensa um sorriso de escárnio e lhe estoura os miolos. A guerra acabou. Breacher se senta à mesa, acende um charuto, serve-se de um drinque, e relaxa. Breacher também foi baleado, e não sobreviverá. Ainda assim, pela primeira vez, o vemos sossegado e contente, absolvido do remorso, preparado para reencontrar a família amada, do outro lado. Por um breve momento, conhecemos o "velho John Breacher" sobre o qual seus amigos tanto falavam, o homem corajoso, pai amoroso, marido dedicado, amigo fiel e figura paterna para todos os demais agentes, um homem incorruptível à toda prova, pedra no sapato da escória do narcotráfico. Após colocar a corja de traficantes no lugar que merece, mortos no chão e a seus pés, Breacher reconquista a sua paz e morre.
Magistral
filme de ação/suspense,
realizado por David Ayer, um diretor que certamente cresceu admirando os antigos,
grandes trabalhos do astro Arnold Schwarzenegger, e tantos
anos após o afastamento do ícone das telas, deu o melhor para
trazê-lo de volta, conduzindo com mão forte este eletrizante
veículo de ação e mistério que encapsula o que há de melhor nas
saudosas produções do gênero policial, da década de 80 e começo
de 90. Embora renda homenagem aos velhos clássicos, "Sabotagem" também se beneficia de autenticidade, filmado de uma maneira que melhor seria descrita como "tática de guerrilha". Em termos de atmosfera e fotografia, muito lembra "Dia de Treinamento". Ao invés de criar um espetáculo de ação cheio de licenças, o diretor Ayer preferiu imbuir seu trabalho de um olhar realista capaz de capturar a agressividade, o calor, a energia cinética do impiedoso mundo do narcotráfico e do combate às drogas nas ruas das grandes cidades. Em anos recentes, só um outro filme, "Selvagens", do diretor Oliver Stone, encapsulou o narcotráfico tão visceralmente. Apesar de o filme de Stone retratar a realidade do mercado com semelhante honestidade, o seu foco é "antipático", pois opta por preocupar-se com a dinâmica das pessoas que movem aquele tipo de negócio cheio de traições e mortes, até mesmo as tornando romantizados anti heróis, enquanto o de Ayer foca-se no dia a dia dos homens de valor, nos dramas e nas tentações dos corajosos agentes que põem suas vidas todos os dias na linha de fogo para combater este terrível malefício.

Embora não se possa negar que são duas pessoas do próprio time de Breacher que colocam em prática os assassinatos que movem a trama, Lizzy e "Sugar" não parecem "vilões". Sim, meio que acabam como responsáveis pelo próprio terrível fim, mas compreende-se o ressentimento de Lizzy, todos aqueles anos correndo riscos monumentais e angariando o ódio dos cruéis lordes da droga para tentar sobreviver com um salário mediano e agentes prepotentes da corregedoria azucrinando as suas vidas, só para perderem os dez milhões que foram tentados a carregar consigo. Na verdade, a origem de todo o mal parece basear-se nos chefões frios e calculistas que não hesitam em torturar mulheres e crianças para passar uma mensagem. Assim, enquanto só se tenha como sentir pena de Lizzy e "Sugar", quando seu carro entra na traseira do reboque, a satisfação só realmente chega quando Breacher, o herói, elimina a real fonte do Mal, os sorrateiros e poderosos lordes em Juarez.
Esteticamente, o cineasta opta por um estilo de "story telling" mais "old school", à velha moda. Ayer teve o bom senso de afastar pirotecnia e efeitos visuais comuns a filmes de ação mais modernos, e primou por uma feitura mais barroca, agressiva, granulada, sem arestas aparadas. Ayer raciocinou que já que pretendia ambientar a história em um mundo tão traiçoeiro quanto o do combate às drogas, sua mais importante ferramenta seria o compromisso com a veracidade. Por esse viés, "Sabotagem" não nos oferece o ritmo ininterrupto de grandiosas explosões, no entanto, quando a violência irrompe, não é nada menos que honesta e visceral, exibida pelos seus mais francos ângulos. Quando você assiste a um filme do mestre chinês John Woo, "Fervura Máxima" a título de ilustração, você o faz boquiaberto, encantado pela graciosidade dos movimentos, a perfeição das tomadas que capturam tiroteios em câmera lenta, a montagem impecável de um inconfundível balé da violência. Imbuir tal estilo, todavia, a um filme tão compromissado com a verdade quanto "Sabotagem" equivale a dar um tiro no pé. Ao contrário, a abordagem mais seca e simplificada explicita a brutalidade em sua pior forma, e deixa claro que apesar de obra de ficção, a história dos personagens equivale a de muitas pessoas que dedicam suas vidas para encarar de frente o rosto feio do tráfico.

Talvez a mais gratificante surpresa seja mesmo Arnold Schwarzenegger, finalmente de volta ao gênero que ajudou a consagrar, após uma longa ausência. Como bom vinho, a passagem dos anos só o beneficiou, e do mesmo jeito que assistir ao confronto de Clint Eastwood com os rivais ao final de "Os Imperdoáveis" eriça cabelos da nuca, é impossível não sentir a mesma emoção ao se ver um envelhecido Arnold Schwarzenegger duelando com os traficantes no bar da cidadezinha de Juarez. Grande herói do passado, todos guardam recordações dos excelentes filmes de ação do astro, onde fazia as coisas mais incríveis, mas o impacto de sua aparição em "Sabotagem", tantos anos mais tarde, por alguma razão, parece muito maior. Não me lembro de ter torcido tanto para ele quanto quando ao desfecho de "Sabotagem". Diferente de seu ápice, aqui Schwarzenegger é um leão velho, gordo e vulnerável, um herói obsoleto, que mesmo pesada e desajeitadamente, saca a arma e enfrenta os vilões de peito aberto. Você torce emocionado para que consiga derrotar os traficantes, e a vulnerabilidade de sua velhice nos faz temer, ao menos por um momento, que a corja leve a melhor. Vê-lo, portanto, como o único homem de pé ao final, o Bem triunfando sobre o Mal, reveste-se de eletricidade tal que os filmes quando era jovem e indestrutível apenas sonham reproduzir. Expoente da segunda geração de astros de ação (a primeira encabeçada por Clint Eastwood e Burt Reynolds nos anos 70), Schwarzenegger começou a atuar em filmes de grande sucesso e a despontar como talento na segunda metade dos anos 80. Firmou-se em produções cada vez mais caras e sofisticadas, que o tornaram campeão de bilheteria e o ajudaram a conquistar o imaginário do grande público. Schwarzenegger entrou a década de 2000 um pouco desgastado, sem conseguir os mesmos resultados dos sucessos do passado, e acabou se voltando à carreira política. Ele deixou um enorme vazio, gradualmente suprido pela chegada de uma nova leva da qual Jason Statham e Scott Adkins fazem parte. Jamais saiu totalmente, porém, dos corações dos fãs de ação que sentem sua falta e lhe querem bem. Seu gradual retorno ao cinema, iniciado em 2010 com um pequeno papel em "Os Mercenários", tem se dado de maneira cautelosa, e "Sabotagem" é seu melhor momento até agora. Recentemente, com a trágica morte do talentoso artista Robin Williams, que nos deixou muito prematuramente, li um comentário muito inteligente e assertivo que também serve a Arnold Schwarzenegger ou a qualquer outro ator querido por quem temos carinho. Essa pessoa dizia que ao longo daqueles anos, assistir aos filmes de Robin Williams, vê-lo sempre com bom humor naqueles filmes, o tornara uma espécie de tio querido, ou um grande amigão de infância que você não vê há tempos, e só casualmente reencontra, mas sabe que terá a liberdade para trocar ideias, conversar, rir, desabafar, chorar... Quando o ator morreu, a pessoa do comentário escreveu que foi tão inesperado e sem sentido quanto perder um ente querido. Eu compreendo tais sentimentos, e percebo que Schwarzenegger, felizmente, assim como Williams e tantos outros, também é objeto do carinho e da atenção dos fãs. Não o conhecemos, mas lhe desejamos bem, e seus filmes, de uma ou outra forma, fazem parte de distintos momentos de nossas próprias vidas, o que os torna queridos conhecidos a quem temos como recorrer nos dias mais tristes. Quantas vezes nos vimos chateados ou desapontados com alguma coisa, e então colocamos o vídeo de um ator querido no aparelho, e pelo menos por 120 minutos esses caras conseguem nos devolver o sorriso, nos brindar com um pouquinho do entretenimento e da diversão que mesmo de maneira passageira nos salva de nossas dores?Sempre me senti assim em relação a uma porção de gente, em relação à Jennifer Connelly (eu a vi pela primeira vez em 1991 ao alugar "Rocketeer", me apaixonei, e conservo uma chama daquele bonito sentimento em meu coração desde então!), a Burt Reynolds, ídolo de infância e juventude, a todos os demais velhos astros de ação e mesmo essa turma nova, a diretores como o David Cronenberg, o Brian De Palma e o Clive Barker. Sinto que fui amadurecendo e essa galera crescendo junto comigo, e por eles tenho todo o carinho do mundo. Hoje, tantos anos depois de 1991 quando vi a Jennifer pela primeira vez, ou assistia em VHS poeirentos a aqueles filmes de corrida e ação de Burt Reynolds, é gratificante e enche o coração de paz saber que esse pessoal se saiu - e vem se saindo - bem. Jennifer hoje é a mãe de três crianças e esposa de um respeitado ator britânico e homem de valor; Burt teve uma carreira brilhante nos anos 70 e começo dos 80, e, mais importante, é pai de um menino que hoje está com 25 anos e só lhe dá orgulho; De Palma, Barker e Cronenberg continuam a rodar seus excelentes suspense, e o restante continua atuante no fantástico mundo do cinema. Ao menos para mim, não há como evitar um doce sorriso diante da felicidade de toda essa galera.
"Sabotagem" marca o triunfal retorno às telas de um astro muito querido. Cheio de suspense, ação e reviravoltas, é uma excelente opção a aqueles um pouco saturados de blockbusters essencialmente visuais e barulhentos, que se sentem saudosos da simplicidade de um filme de ação mais direto. Prestigiem este excelente suspense, amigos, e torçamos para que este grande herói da ação não nos deixe mais por muito tempo. Arnold, seja bem vindo de volta!Você é um homem de valor!
Se apenas Breacher teve acesso ao resultado das digitais pela Imigração, como os 3 traficantes puderam ser mortos e ter as digitais retiradas supostamente por Lizzy e Sugar?
ResponderExcluirBang Bang à Italiana Americano. O mais ridículo filme! Breacher(Swazenager) só lamentava a morte da esposa. Em nenhum momento citava ou relembrava do filho esquartejado. Sempre via somente sua esposa na sede de vingança!
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