Invocação do Mal reconstitui o verídico e apavorante caso da família Perron, revisitando o período quando foi implacavelmente assediada por espíritos na casa de campo onde havia ido morar em Rhode Island. A assombração era causada, acredita-se, por uma mulher que existiu no século XIX, esposa de um rico fazendeiro dono do lugar, executada sob a acusação de bruxaria. Não apenas a família Perron como também os proprietários anteriores tiveram fins terríveis O filme abre em 1970, com um caso prévio. Lorraine & Ed Warren (Vera Farmiga & Patrick Wilson) são um casal de intrépidos e astutos investigadores de atividade paranormal desde os anos 50, e que, ao longo de suas carreiras, analisaram cerca de 4.000 assombrações, entre elas as mais notórias. Os Warren estão atendendo a clientes - duas enfermeiras e o noivo de uma delas - que acreditam que o espírito de uma garotinha habita o apartamento onde vivem. Consoante as enfermeiras, Donna & Angie, tudo começou quando uma delas ganhou da mãe uma boneca de pano muito bonita chamada Annabelle. Não demorou a que pequenas manifestações chamassem a atenção do trio, que inicialmente não levou a situação a sério. Diz uma das moças que há aproximadamente um ano, a boneca começou a se "locomover" dentro do apartamento, sem que ninguém estivesse presente para testemunhar o inusitado. As moças saiam para o trabalho ou para um passeio, e quando retornavam, encontravam-na em uma posição ligeiramente diferente de como a haviam deixado: se as tinham deixado com as pernas e os bracinhos esticados, ao retornar, encontravam-na com as pernas cruzadas, por exemplo, ou os braços à frente das pernas, sobre os joelhos. Algum tempo depois, à medida que a esquisita situação foi se tornando mais frequente, a atenção das enfermeiras focou-se sobre a boneca. Logo, as manifestações se tornaram mais significantes, pois Annabelle não se limitava mais a fazer poses enquanto as suas donas estavam fora. Annabelle passou a trocar de cômodos, de quartos. Uma noite, depois de um dia de trabalho, as amigas a encontraram sentada na cadeira da sala.
As garotas se defendem, afirmando que o que fizeram foi porque tinham se sensibilizado com a história triste da garotinha, porém os Warren abrem o jogo e revelam a dura verdade: o que vem prejudicando as suas vidas não é o espírito de uma menina, mas uma entidade demoníaca. Ed lhes explica que espíritos não "possuem" coisas, apenas pessoas. Espíritos tampouco guardam a força para provocar os fenômenos mais inusitados observados, tais como a materialização da barra de chocolate ou as notas escritas a lápis de cera. Quando o trio se sensibilizou com a mentira contada pelo demônio e o convidou a habitar a boneca, eles deram à entidade justamente o que mais precisava, para se tornar mais forte e atuante: atenção, crédito. Para a resolução da questão, os Warren recomendam que um padre experiente em exorcismos abençoe a casa e afaste o Mal a tempo, e é isso que as amigas fazem, com a ajuda dos investigadores. Depois que um padre, amigo dos Warren,realiza o exorcismo e abençoa o apartamento, o trio se vê livre da influência nefasta do demônio. A boneca é levada e mantida no sótão da residência dos Warren, utilizado como depósito seguro para todos os objetos que fizeram parte de suas investigações e hoje precisam ser guardados em um lugar fora do alcance das demais pessoas. A sequência inicial serve para nos apresentar os protagonistas - o casal Warren - e a sua linha de trabalho.
É inverno de 1970. Decididos a mudar-se da cidade grande para um lugar mais afastado e pacato, Roger & Carolyn Perron (Ron Livingston & Lily Taylor) adquirem uma bela e espaçosa propriedade, erguida no século XIX, à margem de um grande lago, em Harrisville, Rhode Island. Há muitos quartos para as cinco filhas, e quando ali chegam para a mudança, a atmosfera é de expectativa e festa. Logo na chegada, todavia, um incidente menor aponta os maus tempos por vir: os desavisados Perron entram em algazarra e felicidade, porém a cadelinha, Sadie, recusa-se a pôr as patas dentro de casa, e fica chorando no alpendre. Sob uma enorme árvore, ali nas imediações, uma das menininhas, chamada April, encontra uma caixinha musical muito antiga, e resolve guardá-la.A casa tem um porão muito sombrio, que guarda um velho piano, entre outras coisas muito antigas. Durante a primeira noite, Sadie fica latindo do lado de fora, recusando-se a entrar.No segundo dia, Carolyn acorda com manchas roxas na perna. Uma das filhas, a mais velha, reclama de um esquisito odor no seu quarto, na noite anterior, porém como parece ter sumido, a mãe não dá muita importância à queixa. Carolyn encontra o marido fazendo pequenos trabalhos de manutenção no porão. Ele está tentando consertar o aquecedor, e pensa em se livrar dos entulhos deixados no lugar. Carolyn está preparando o café da manhã da família, quando escuta a filha chorando. Infelizmente, a família encontra a cachorrinha morta, sem razão aparente, do lado de fora.
O diretor corta para os Warren. Ed está conversando com um repórter, que lhe indaga sobre as suas investigações. Ele conduz a entrevista no "museu" onde o casal guarda os artefatos oriundos dos diferentes casos. O repórter fica intrigado com o material. O lugar, que parece uma oficina, é mesmo assustador. Ed o alerta a não tocar nos artefatos, e o visitante lhe pergunta por que não os joga fora ou os queima. Ed responde que se assim o fizesse, estaria apenas destruindo o "veículo" das entidades associadas aos objetos, não as entidades em si, e que, às vezes, era "melhor deixar o gênio preso à garrafa". O repórter diz que gostaria de saber mais sobre a boneca Annabelle. Ed o leva a uma vitrine por meio da qual é possível enxergar a famosa boneca. Ele conta que o brinquedo era o "meio condutor" para um poderoso demônio. Ed é questionado sobre se não tem medo de conservar todas aquelas coisas, tão próximas, e revela que um padre sempre os visita mensalmente, para abençoar os artefatos e desejar paz às entidades vinculadas aos mesmos.
Na casa da família Perron, os fenômenos inexplicáveis escalam. Uma das garotinhas tem o pé puxado para fora da cama. Ela reclama para a irmã, que jura não ser a responsável, e o questionamento termina aí. Roger, que acabou cochilando no gabinete, é acordado por muitas batidas, que parecem vir das paredes. Ao investigar, encontra a filha adolescente, Andrea, na escada. Ela lhe avisa que a irmã Cindy está passando por mais um episódio de sonambulismo, batendo vagarosamente a testa na porta do armário. O pai delicadamente a devolve para a cama, e Andrea lhe confidencia que nunca viu a irmã ter episódios tão recorrentes. Na manhã seguinte, Roger & Carolyn estão conversando sobre o ocorrido, e o rapaz dá pelo surgimento de novas manchas arroxeadas pelo corpo da mulher. Ele pede para que procure um médico, e ela concorda.A mãe deixa as quatro filhas no ponto da estradinha onde passa o ônibus escolar, e depois que as meninas partem, vai ficar com a mais nova. Ao procurar pela filha, encontra-a falando sozinha com um "amigo imaginário". A garotinha conta a mãe que o seu amigo se chama Rory e que pode vê-lo sempre que dá corda à caixa musical. Naquela manhã, Carolyn terá a primeira experiência que a levará a crer que a casa está definitivamente assombrada por forças cuja natureza não consegue vislumbrar.A garotinha convida a mãe a participar do "jogo das palmas". Ela vai vendar a mãe e se esconder, e Carolyn tentará encontrar o seu esconderijo com os olhos vendados. Quando achar que está próxima da filha, deverá dizer "Palmas", que a menininha terá que obedecer, revelando a sua localização. A brincadeira começa, e a menininha vai batendo palmas, conduzindo a mãe pelos corredores e cômodos. Ela vai parar em um quarto onde há um velho armário. As portas lentamente se abrem,e Carolyn pensa que finalmente encontrou a filha. "Palmas", ela exclama, e dois braços femininos e adultos pronunciam-se dos vestidos pendurados, para aplaudir. Carolyn se aproxima do armário, para "apanhar a filha", mas dá de cara com vestidos pendurados e nada mais. Ela questiona a filha, que responde que sequer entrou no quarto. Carolyn se convence que a casa está assombrada.
O negócio de Roger revolve transporte de carga, ele é caminhoneiro. Os negócios não vão bem, e Roger tem de aceitar as propostas que aparecem, vez que precisa quitar o pagamento da propriedade com o banco. Roger precisará passar duas semanas fora, para um trabalho na Flórida.Naquela noite, a garotinha Christine, que se queixara de ter os pés puxados à noite, é quase arrancada, pela canela, da cama. Ela acorda sobressaltada, e cisma que há uma presença ao pé da porta. Christine acorda a irmã com quem divide o quarto, e aos prantos, diz que há uma entidade presente, à porta. Nancy se levanta, examina a porta, diz que não há ninguém na passagem, porém repentinamente a porta se fecha com toda a força. Os gritos das duas acordam o restante da família.Pai e mãe despertam e em um salto estão no quarto das filhas, pedindo para que se acalmem, perguntando o que está acontecendo. Logo, as outras também chegam. Christine insiste que havia alguém puxando a sua perna. Ela diz que o espírito também sussurra coisas ruins em seu ouvido e que deseja a sua família morta.
Roger precisa fazer a viagem para a Flórida, e enquanto está fora, a delicada situação se agrava. Aqui, vem o meu momento preferido do filme. As meninas já estão na cama e, sozinha em seu quarto, Carolyn está tomando os remédios receitados pelo médico. Ela observa os enormes hematomas, e em seu rosto há uma expressão de angústia e temor. O rádio de pilhas está estalando um antigo single romântico de 1959 cantado por Bette Anne Steele, Sleep Walk. Há uma atmosfera de quietude que mais se assemelha ao silêncio que precede a tempestade. Realmente, acontecimentos assustadores vão se dar dentro de alguns minutos, todavia é esse instante - Carolyn engolindo os comprimidos, abrindo discretamente o "V" da gola para examinar as manchas roxas - o que mais conectou o sentimento de frustração, desesperança e tensão, que àquela altura já começava a se amontoar sobre os ombros dos Perron. Carolyn desliga o rádio, e assim que o faz, escuta palmas. O breu toma conta da casa, as meninas já estão dormindo, e no entanto, repentinamente, os retratos emoldurados da família, pendurados na escada, vão abaixo em estardalhaço. As palmas continuam, oriundas do porão. A porta se abre, rangendo ao movimento, como se a estivesse convidando. A mãe chega ao topo das escadas do porão e exclama que seja quem for que esteja pregando a peça,fechará a porta e o trancará. A porta violentamente se fecha sozinha, batendo nas costas de Carolyn e a jogando escada abaixo. Carolyn se vê sozinha dentro do abandonado, assustador porão, onde só há quinquilharias. Há uma precária lâmpada que oferece alguma iluminação. Quando uma bola de tênis subitamente "salta" do meio dos móveis velhos, como se alguém a estivesse gentilmente convidando a jogar, ela entra em pânico e corre. Ao mesmo tempo, a lâmpada morre, sem esperanças de avivar. Carolyn bate à porta, lutando para abri-la, sem sucesso. Risca um fósforo, para procurar enxergar o que há ali embaixo, quando uma voz feminina lhe pergunta "Gostaria de brincar de palma esconde?". Em seguida, duas mãos femininas aparecem sobre os ombros da dona de casa e batem palmas. Carolyn começa a gritar e esmurrar freneticamente a porta, suplicando para que alguém a tire dali.
No quarto das meninas, Cindy continua manifestando sonambulismo, batendo vagarosa e insistentemente a testa contra a porta do armário, em transe. Andrea acorda e vai buscá-la. Gentilmente, devolve-a à cama, e quando se prepara para ir deitar, ao olhar para cima do armário, enxerga claramente uma mulher agachada, com um insano, malicioso sorriso desenhado na cara demoníaca, observando-as. As meninas começam a gritar, cheias de horror. Roger, que estava voltando de viagem naquele momento, corre para dentro, liberta a mulher do porão, e os dois sobem para socorrer as meninas. Ali, as encontram debatendo-se e gritando, mas nenhum sinal da misteriosa mulher.
O filme corta para uma palestra dos Warren, no auditório da universidade, exibindo imagens de um caso onde um homem foi possuído por um demônio e precisou de um exorcismo para ter a alma salva. Ed ensina para a plateia que há três estágios para o assédio demoníaco: infestação, opressão e possessão.Tudo começa com a infestação, quando a pessoa escuta passos, barulhos, sente respirações, a presença de uma força invisível. A infestação evolui para a opressão, quando a entidade assedia a vítima mais psicologicamente vulnerável e passa a agredi-la fisicamente, justamente para "quebrar" o seu espírito. O estágio final, possessão, geralmente termina em tragédia e morte. Carolyn, que atende a palestra, sentada em uma cadeira distante, assiste a tudo com muita angústia no coração. Ela consegue abordar os Warren no estacionamento, e contar que a sua família está sendo vítima de um caso semelhante ao lecionado pelos investigadores. Sensibilizados com o desespero de Carolyn, os Warren decidem fazer uma visita, uma investigação preliminar.
Os Warren chegam à casa dos Perron, em Rhode Island, e são recebidos pelos preocupados Roger & Carolyn. Lorraine é gentil e cordial com o casal, porém em seu rosto há a expressão de incômodo e tensão. A mesma expressão nervosa se desenha quando vai cumprimentar as meninas da família Perron. Ed & Lorraine fazem a exploração preliminar. O mau cheiro que permeia o ar é um sinal da presença demoníaca, diz Ed. Roger revela outro interessante detalhe: as batidas nas paredes sempre vêm em três, e somente vão parar na madrugada. Segundo Ed, o fenômeno é uma espécie de insulto do demônio à Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. No porão, o local onde as aparições mais violentas acontecem, Lorraine tem um forte insight. Perguntada pelo marido se se sente bem, ela lhe diz que algo definitivamente terrível aconteceu na casa, no passado. À mesa da cozinha, para a entrevista com os clientes, os Warren acionam o gravador, para não deixar que detalhes frescos escapem da sua análise posterior. Roger investiu todo o dinheiro na casa de lago, de modo que, para todos os efeitos, os Perron não têm para onde ir, estão presos ao terreno. Enquanto os pais narram como as coisas chegaram a aquele ponto, Lorraine vai conversar com a filha mais jovem dos Perron. Ela quer saber sobre Rory, o "amigo invisível", e a garotinha lhe dá a caixa de música, para que contate o "amigo". Olhando para o espelho da caixinha, Lorraine enxerga, muito timidamente, um menininho de pé, metido em um paletozinho. Ao olhar para trás, não encontra mais o espírito. Nas cercanias da casa, Lorraine novamente não se sente bem. Algo na enorme árvore parece atrai-la. Passeando pelo terreno, Lorraine se distrai, e quando o marido a chama e ela se vira para atendê-lo, enxerga um corpo em decomposição enforcado na árvore.
Ao chegar para a visita, Lorraine parecia aflita. À mesa, ela explica à família Perron por que lhes deu a impressão. Já ao chegar, enxergou uma sombra escura, atrás do casal, e novamente na sala, acompanhando as meninas. Mudar de casa não iria ajudá-los, pois a entidade se apegou aos Perron, e agora se alimenta de seu sofrimento. "Ser assombrado é como pisar em chiclete, você leva contigo", compara Ed. O fato é que a propriedade está infestada de espíritos, e alguns deles estão cheios de rancor. A linha de ação a ser adotada deve ser a mais drástica. Os Perron precisam de um exorcismo autorizado pela Igreja Católica, pois somente o ritual poderá purificar a propriedade e livrá-la de tanta má energia. A aprovação da Igreja é a parte difícil, porque está condicionada às provas que os Warren procurarão apresentar. Antes de prepararem as malas para a casa de campo, para a mais delicada missão de suas vidas, os Warren fazem um levantamento do passado da região. A casa foi construída em 1863 por um latifundiário rico, casado com uma mulher chamada Bathsheba. Ela era prima de uma das bruxas originais mandadas à fogueira em Salém, e também mexia com o oculto. Bathsheba engravidou, e quando o bebezinho tinha apenas sete dias de vida, sacrificou-o, como prova de seu amor pelo Diabo. Após clamar a sua devoção às forças das trevas, enforcou-se na enorme árvore que perdura nas cercanias, onde Lorraine teve a vívida visão. Ela morreu às 03:07 da manhã, o que confere com o fato de todos os relógios da casa terem deixado de funcionar no mesmo horário. Depois da tragédia, as famílias que vieram a habitar a região sofreram tragédias irreparáveis, tais como a de um menininho que se afogou no lago (o espírito que Lorraine enxergou pelo espelho da caixinha de música). Quando Ed toca a fita onde registrou a conversa com os Perron, escuta apenas o rumor semelhante ao grunhido de um monstro e, ao fundo, gemidos de pessoas, possivelmente os espíritos de toda aquela gente morta na propriedade.
Os Warren retornam para a casa da família Perron, com dois assistentes e o apoio de um cético policial. Os investigadores levam os equipamentos necessários à coleta e análise de evidências da assombração, para conseguir a aprovação da Igreja Católica. Câmeras e termostatos são instalados nos principais pontos. Durante a primeira noite, a entidade não chega a se manifestar. Fora uma porta que se fecha violentamente, as manifestações não chegam a se fazer perceber. A chegada do grupo traz alguma paz à atormentada família. Durante o café da manhã, pela primeira vez em muito tempo, a dinâmica entre os Perron e os visitantes é de uma família unida e animada. As meninas dividem a mesa com os técnicos, os Warren ajudam os Perron a preparar ovos e panquecas. Os ânimos estão melhores, há uma luz no fim do túnel. Lorraine pede a Carolyn que vá descansar, pois se encarregará de ficar de olho nas crianças, com Ed. Os Warren têm um pacato, doce momento, quando Lorraine vai estender os lençóis no varal e Ed se aproxima para conversar. Lorraine diz que os Perron formam uma linda família e que realmente gostaria de ajudá-los. Ed brinca e diz que começará a ajudar, consertando um automóvel antigo que Roger adorava, porém mantinha na garagem acumulando poeira, porque não sabia consertar o motor!
Sozinha no varal, ocorre a Lorraine um súbito presságio. A força da ventania arranca um dos lençóis do varal, e por um breve momento, o mesmo parece bailar no ar, ganhando a forma de uma pessoa. O lençol é então arrastado em direção à fachada da casa, e por alguma razão, Lorraine sente que Carolyn está em perigo. De fato, naquele exato momento, o demônio está assediando Carolyn, que está passando pela terceira e última fase do assédio demoníaco, a possessão. De fato, quando Lorraine chega ao quarto para conversar com a dona de casa, Carolyn dá com os ombros e diz que está tudo em ordem. Lorraine, todavia, sabe melhor, e a sua perspicácia lhe aponta que a mulher já está sob a influência do demônio. Em um outro lugar da propriedade, Roger chega à garagem para agradecer a Ed por tudo o que está fazendo pela família. O investigador está gentilmente reparando o motor do carro de Roger. O rapaz disse que sempre foi muito cético, mas os últimos acontecimentos têm mudado as suas convicções pessoais.Ed fica feliz pela sua gratidão, todavia destaca que o crédito cabe a Lorraine. Segundo o investigador, todas as vezes em que Lorraine se lança a um novo caso, ela o faz de corpo e alma, e portanto quando vê, sente ou toca o sobrenatural, embora ajude as pessoas perseguidas, também leva um pouco do mal consigo. Ele fala sobre o último e traumático caso da dupla, que também envolveu exorcismo. Durante o exorcismo, Lorraine aparentemente viu algo que ninguém mais percebeu, e que a perturbou a ponto de deixá-la sem comer ou conversar por oito dias, que quase custaram a sua vida. Desde então, Ed tem se preocupado muito sempre que a leva consigo, temeroso de que ela tenha uma recaída.
É noite, e quase todos estão reunidos na sala de estar. Na cozinha, só restaram o policial e um dos técnicos do time dos Warren. Ao olhar pela janela que dá para o alpendre (a região fica realmente assustadora à noite, principalmente por causa das árvores que circundam a casa), o policial tem a impressão de uma voz feminina lhe sussurrando "olhe o que você me obrigou a fazer". Ele ainda examina o alpendre, mas nada encontra. É quando retorna para a cozinha que uma estranha mulher avança sobre ele e agora repete, aos gritos, "olhe o que você me obrigou a fazer". O policial grita e tropeça, fazendo muito estardalhaço. Os Warren e os Perron chegam para socorrê-lo, e o policial conta sobre a mulher que acabou de enxergar. Naquele ínterim, de um outro corredor, a máquina fotográfica previamente instalada pelos técnicos dispara: é a garotinha sonâmbula, Cindy. O fato de as lentes acionarem, todavia, sinalizam que ela está na companhia de alguma força invisível. Os Warren e os Perron a acompanham a uma certa distância, para ver o que acontece, e quando a menininha passa para o quarto, a porta é subitamente fechada, isolando-a dos pais. Lorraine e o seu assistente conseguem escutar ao que está acontecendo dentro do cômodo, por causa dos aparatos que haviam deixado preparados. Ela escuta claramente a uma voz afirmando para a criança "Siga-me, por aqui, este é meu esconderijo". Perron e Ed põem a porta abaixo, mas não há sinal da menina. As janelas estão fechadas, o que implica que ela não deixou a casa. Fazendo uso de um bastão estilo "glow stick", Ed descobre uma passagem secreta existente na parte inferior do armário, e conforme esperava, dá com a garotinha, encolhida dentro do esconderijo. Todos respiram mais aliviados.
Por trás do esconderijo, há uma passagem secreta, e Lorraine resolve entrar para investigar. Agachada, explorando os estreitos corredores, encontra um grosso pedaço de corda. Desatenta, ela pisa em falso em uma tábua podre, e acaba despencando, pelas desconhecidas passagens secretas. Lorraine se vê no assustador porão, e dando corda à caixinha musical, enxerga, pelo espelho do brinquedo, uma estranha mulher chorosa dizendo "ela me obrigou a fazer isso". Ela compreende que está vendo o espírito de uma inocente ex-proprietária, vítima da maldição da bruxa, que sob a sugestão de Bathsheba, entrou em depressão, afogou o filho e depois se enforcou. O lugar é um antro de energia negativa, de espíritos de pessoas que em vida foram muito infelizes, vítimas da maldade da bruxa, a responsável por toda forma de desgraça que se abate sobre o terreno e os desavisados que ali vão morar. Os gritos de Lorraine levam o grupo ao sótão. Eles chutam a porta e a salvam do esconderijo. Lorraine acredita que a entidade está agindo sobre Carolyn da mesma maneira que o fez sobre os moradores no passado. A entidade está se insinuando, preparando-se para possui-la, daí as manchas roxas que aparecem em seus braços e pernas. Naquele exato momento, uma das meninas, Nancy, é arrancada do chão, pelos cabelos, por uma poderosa força invisível, e arremessada por todos os cantos da sala. Roger consegue gravar a manifestação, que servirá de inequívoca prova para que a Igreja Católica autorize imediatamente a realização do exorcismo.
Tamanha a força da bruxa, agora a sua energia malévola também começa a ameaçar os Warren. Ao caminhar pelo píer, sobre o lago da propriedade, Lorraine tem a perturbadora visão do corpo da filha boiando. Assustada, ela liga para casa, e felizmente a mãe conta que a menina está bem. Apesar do susto, os Warrren concluem que agora estão na mesma posição dos Perron, ou seja, também são alvos do assédio da bruxa Bathsheba.Os Perron são removidos da propriedade, e acomodados em um motel de beira de estrada, até que as coisas se acalmem. Ed e Lorraine levam ao padre os rolos de filme que comprovam as atividades paranormais. O sacerdote fica realmente impressionado com o que vê, porém teme que o fato de as meninas da família Perron não serem batizadas cause algum entrave quando o processo chegar ao Vaticano. Infelizmente, o trâmite promete ser longo, e os Perron não têm muito tempo. Comovido pelo apelo dos Warren, o padre percebe que as circunstâncias exigem escolhas corajosas, e decide realizar pessoalmente o exorcismo.Na casa dos Warren, o Mal que existe na propriedade dos Perron parece ter acompanhado os investigadores, e será a filha Georgiana quem experimentará o rancor da bruxa. A garotinha acorda em uma noite chuvosa, depois de sentir o pé puxado, basicamente o mesmo que aconteceu às meninas da família Perron. Os pais não estão em casa, e a avó está dormindo no quarto ao lado. A garotinha encontra o espírito da bruxa Bathsheba, sentado na cadeira de balanço, com a boneca Annabelle (oriunda do caso que abriu o filme), e quase é mortalmente ferida, mas os pais chegam e a arrancam da sala a tempo de tirá-la da trajetória da cadeira de balanço, que é violentamente arremessada contra a parede.
No motel, as coisas também não vão bem para os Perron. Roger encontra as meninas aos gritos, no estacionamento, e pergunta o quê aconteceu. Carolyn pegou Christine e April, apanhou o automóvel e sumiu. Os Warren recebem o telefonema, e Lorraine deduz que Carolyn só pode ter retornado para a casa, pois está possuída e provavelmente tentará sacrificar as meninas. Ed pega as chaves, e quando Lorraine se oferece para acompanhá-lo, ele recusa a oferta. Ed a ama muito, e não pode arriscar perdê-la, principalmente levando em conta as sequelas do último exorcismo, que quase custaram a sua vida. Lorraine, porém, acredita que precisa enfrentar mais essa batalha, pois combater as forças do Mal parece a sua única e verdadeira natureza. Relutante, e tocado pela coragem da esposa, Ed acaba por concordar, e juntos, partem para o confronto final. Àquela altura, carros de polícia também já se puseram a caminho da propriedade dos Perron.Carolyn está com uma tesoura na mão, preparada para enfiá-la no pescoço de Christine, quando a turma chega e consegue segurá-la. Eles procuram por April, mas a garotinha não está por ali. Quando estão arrastando Carolyn para fora da casa, Lorraine nota que os seus braços e rosto começam a queimar. Eles não podem tirá-la da propriedade e levá-la para o exorcismo na Igreja, pois se a removerem, a Bruxa a matará. Assim, o pessoal leva Carolyn para o sótão e depois de muita luta, consegue dominá-la. Carolyn é coberta por um lençol e amarrada a uma cadeira. Ed chama a atenção dos demais, para que tratem de trazer o padre imediatamente, mas Lorraine os força a encarar as circunstâncias: do jeito que Carolyn está, não há tempo para ir buscar o sacerdote. Ed conclui que terá de realizar pessoalmente o arriscadíssimo exorcismo. Por um momento, o investigador parece relutar, mas os seus amigos o asseguram de que ele tem a capacidade para tanto. Ed pede para que Lorraine se retire. Tudo o que quer é tirá-la da linha de fogo, poupá-la do combate, mas Lorraine é uma mulher valente e honrada, e da mesma maneira que o veio apoiando com carinho e dedicação ao longo de todos aqueles anos, não deixará o homem a quem ama se ver entregue à própria sorte, naquele que promete ser o maior desafio de todos. Os dois ficarão juntos até o final. "Eu não vou te deixar!", Lorraine promete. Enquanto o drama se desenrola, o assistente dos Warren vasculha os quartos e grita por April.
Ao chegar para a visita, Lorraine parecia aflita. À mesa, ela explica à família Perron por que lhes deu a impressão. Já ao chegar, enxergou uma sombra escura, atrás do casal, e novamente na sala, acompanhando as meninas. Mudar de casa não iria ajudá-los, pois a entidade se apegou aos Perron, e agora se alimenta de seu sofrimento. "Ser assombrado é como pisar em chiclete, você leva contigo", compara Ed. O fato é que a propriedade está infestada de espíritos, e alguns deles estão cheios de rancor. A linha de ação a ser adotada deve ser a mais drástica. Os Perron precisam de um exorcismo autorizado pela Igreja Católica, pois somente o ritual poderá purificar a propriedade e livrá-la de tanta má energia. A aprovação da Igreja é a parte difícil, porque está condicionada às provas que os Warren procurarão apresentar. Antes de prepararem as malas para a casa de campo, para a mais delicada missão de suas vidas, os Warren fazem um levantamento do passado da região. A casa foi construída em 1863 por um latifundiário rico, casado com uma mulher chamada Bathsheba. Ela era prima de uma das bruxas originais mandadas à fogueira em Salém, e também mexia com o oculto. Bathsheba engravidou, e quando o bebezinho tinha apenas sete dias de vida, sacrificou-o, como prova de seu amor pelo Diabo. Após clamar a sua devoção às forças das trevas, enforcou-se na enorme árvore que perdura nas cercanias, onde Lorraine teve a vívida visão. Ela morreu às 03:07 da manhã, o que confere com o fato de todos os relógios da casa terem deixado de funcionar no mesmo horário. Depois da tragédia, as famílias que vieram a habitar a região sofreram tragédias irreparáveis, tais como a de um menininho que se afogou no lago (o espírito que Lorraine enxergou pelo espelho da caixinha de música). Quando Ed toca a fita onde registrou a conversa com os Perron, escuta apenas o rumor semelhante ao grunhido de um monstro e, ao fundo, gemidos de pessoas, possivelmente os espíritos de toda aquela gente morta na propriedade.
Os Warren retornam para a casa da família Perron, com dois assistentes e o apoio de um cético policial. Os investigadores levam os equipamentos necessários à coleta e análise de evidências da assombração, para conseguir a aprovação da Igreja Católica. Câmeras e termostatos são instalados nos principais pontos. Durante a primeira noite, a entidade não chega a se manifestar. Fora uma porta que se fecha violentamente, as manifestações não chegam a se fazer perceber. A chegada do grupo traz alguma paz à atormentada família. Durante o café da manhã, pela primeira vez em muito tempo, a dinâmica entre os Perron e os visitantes é de uma família unida e animada. As meninas dividem a mesa com os técnicos, os Warren ajudam os Perron a preparar ovos e panquecas. Os ânimos estão melhores, há uma luz no fim do túnel. Lorraine pede a Carolyn que vá descansar, pois se encarregará de ficar de olho nas crianças, com Ed. Os Warren têm um pacato, doce momento, quando Lorraine vai estender os lençóis no varal e Ed se aproxima para conversar. Lorraine diz que os Perron formam uma linda família e que realmente gostaria de ajudá-los. Ed brinca e diz que começará a ajudar, consertando um automóvel antigo que Roger adorava, porém mantinha na garagem acumulando poeira, porque não sabia consertar o motor!
Sozinha no varal, ocorre a Lorraine um súbito presságio. A força da ventania arranca um dos lençóis do varal, e por um breve momento, o mesmo parece bailar no ar, ganhando a forma de uma pessoa. O lençol é então arrastado em direção à fachada da casa, e por alguma razão, Lorraine sente que Carolyn está em perigo. De fato, naquele exato momento, o demônio está assediando Carolyn, que está passando pela terceira e última fase do assédio demoníaco, a possessão. De fato, quando Lorraine chega ao quarto para conversar com a dona de casa, Carolyn dá com os ombros e diz que está tudo em ordem. Lorraine, todavia, sabe melhor, e a sua perspicácia lhe aponta que a mulher já está sob a influência do demônio. Em um outro lugar da propriedade, Roger chega à garagem para agradecer a Ed por tudo o que está fazendo pela família. O investigador está gentilmente reparando o motor do carro de Roger. O rapaz disse que sempre foi muito cético, mas os últimos acontecimentos têm mudado as suas convicções pessoais.Ed fica feliz pela sua gratidão, todavia destaca que o crédito cabe a Lorraine. Segundo o investigador, todas as vezes em que Lorraine se lança a um novo caso, ela o faz de corpo e alma, e portanto quando vê, sente ou toca o sobrenatural, embora ajude as pessoas perseguidas, também leva um pouco do mal consigo. Ele fala sobre o último e traumático caso da dupla, que também envolveu exorcismo. Durante o exorcismo, Lorraine aparentemente viu algo que ninguém mais percebeu, e que a perturbou a ponto de deixá-la sem comer ou conversar por oito dias, que quase custaram a sua vida. Desde então, Ed tem se preocupado muito sempre que a leva consigo, temeroso de que ela tenha uma recaída.
É noite, e quase todos estão reunidos na sala de estar. Na cozinha, só restaram o policial e um dos técnicos do time dos Warren. Ao olhar pela janela que dá para o alpendre (a região fica realmente assustadora à noite, principalmente por causa das árvores que circundam a casa), o policial tem a impressão de uma voz feminina lhe sussurrando "olhe o que você me obrigou a fazer". Ele ainda examina o alpendre, mas nada encontra. É quando retorna para a cozinha que uma estranha mulher avança sobre ele e agora repete, aos gritos, "olhe o que você me obrigou a fazer". O policial grita e tropeça, fazendo muito estardalhaço. Os Warren e os Perron chegam para socorrê-lo, e o policial conta sobre a mulher que acabou de enxergar. Naquele ínterim, de um outro corredor, a máquina fotográfica previamente instalada pelos técnicos dispara: é a garotinha sonâmbula, Cindy. O fato de as lentes acionarem, todavia, sinalizam que ela está na companhia de alguma força invisível. Os Warren e os Perron a acompanham a uma certa distância, para ver o que acontece, e quando a menininha passa para o quarto, a porta é subitamente fechada, isolando-a dos pais. Lorraine e o seu assistente conseguem escutar ao que está acontecendo dentro do cômodo, por causa dos aparatos que haviam deixado preparados. Ela escuta claramente a uma voz afirmando para a criança "Siga-me, por aqui, este é meu esconderijo". Perron e Ed põem a porta abaixo, mas não há sinal da menina. As janelas estão fechadas, o que implica que ela não deixou a casa. Fazendo uso de um bastão estilo "glow stick", Ed descobre uma passagem secreta existente na parte inferior do armário, e conforme esperava, dá com a garotinha, encolhida dentro do esconderijo. Todos respiram mais aliviados.
Por trás do esconderijo, há uma passagem secreta, e Lorraine resolve entrar para investigar. Agachada, explorando os estreitos corredores, encontra um grosso pedaço de corda. Desatenta, ela pisa em falso em uma tábua podre, e acaba despencando, pelas desconhecidas passagens secretas. Lorraine se vê no assustador porão, e dando corda à caixinha musical, enxerga, pelo espelho do brinquedo, uma estranha mulher chorosa dizendo "ela me obrigou a fazer isso". Ela compreende que está vendo o espírito de uma inocente ex-proprietária, vítima da maldição da bruxa, que sob a sugestão de Bathsheba, entrou em depressão, afogou o filho e depois se enforcou. O lugar é um antro de energia negativa, de espíritos de pessoas que em vida foram muito infelizes, vítimas da maldade da bruxa, a responsável por toda forma de desgraça que se abate sobre o terreno e os desavisados que ali vão morar. Os gritos de Lorraine levam o grupo ao sótão. Eles chutam a porta e a salvam do esconderijo. Lorraine acredita que a entidade está agindo sobre Carolyn da mesma maneira que o fez sobre os moradores no passado. A entidade está se insinuando, preparando-se para possui-la, daí as manchas roxas que aparecem em seus braços e pernas. Naquele exato momento, uma das meninas, Nancy, é arrancada do chão, pelos cabelos, por uma poderosa força invisível, e arremessada por todos os cantos da sala. Roger consegue gravar a manifestação, que servirá de inequívoca prova para que a Igreja Católica autorize imediatamente a realização do exorcismo.
Tamanha a força da bruxa, agora a sua energia malévola também começa a ameaçar os Warren. Ao caminhar pelo píer, sobre o lago da propriedade, Lorraine tem a perturbadora visão do corpo da filha boiando. Assustada, ela liga para casa, e felizmente a mãe conta que a menina está bem. Apesar do susto, os Warrren concluem que agora estão na mesma posição dos Perron, ou seja, também são alvos do assédio da bruxa Bathsheba.Os Perron são removidos da propriedade, e acomodados em um motel de beira de estrada, até que as coisas se acalmem. Ed e Lorraine levam ao padre os rolos de filme que comprovam as atividades paranormais. O sacerdote fica realmente impressionado com o que vê, porém teme que o fato de as meninas da família Perron não serem batizadas cause algum entrave quando o processo chegar ao Vaticano. Infelizmente, o trâmite promete ser longo, e os Perron não têm muito tempo. Comovido pelo apelo dos Warren, o padre percebe que as circunstâncias exigem escolhas corajosas, e decide realizar pessoalmente o exorcismo.Na casa dos Warren, o Mal que existe na propriedade dos Perron parece ter acompanhado os investigadores, e será a filha Georgiana quem experimentará o rancor da bruxa. A garotinha acorda em uma noite chuvosa, depois de sentir o pé puxado, basicamente o mesmo que aconteceu às meninas da família Perron. Os pais não estão em casa, e a avó está dormindo no quarto ao lado. A garotinha encontra o espírito da bruxa Bathsheba, sentado na cadeira de balanço, com a boneca Annabelle (oriunda do caso que abriu o filme), e quase é mortalmente ferida, mas os pais chegam e a arrancam da sala a tempo de tirá-la da trajetória da cadeira de balanço, que é violentamente arremessada contra a parede.
No motel, as coisas também não vão bem para os Perron. Roger encontra as meninas aos gritos, no estacionamento, e pergunta o quê aconteceu. Carolyn pegou Christine e April, apanhou o automóvel e sumiu. Os Warren recebem o telefonema, e Lorraine deduz que Carolyn só pode ter retornado para a casa, pois está possuída e provavelmente tentará sacrificar as meninas. Ed pega as chaves, e quando Lorraine se oferece para acompanhá-lo, ele recusa a oferta. Ed a ama muito, e não pode arriscar perdê-la, principalmente levando em conta as sequelas do último exorcismo, que quase custaram a sua vida. Lorraine, porém, acredita que precisa enfrentar mais essa batalha, pois combater as forças do Mal parece a sua única e verdadeira natureza. Relutante, e tocado pela coragem da esposa, Ed acaba por concordar, e juntos, partem para o confronto final. Àquela altura, carros de polícia também já se puseram a caminho da propriedade dos Perron.Carolyn está com uma tesoura na mão, preparada para enfiá-la no pescoço de Christine, quando a turma chega e consegue segurá-la. Eles procuram por April, mas a garotinha não está por ali. Quando estão arrastando Carolyn para fora da casa, Lorraine nota que os seus braços e rosto começam a queimar. Eles não podem tirá-la da propriedade e levá-la para o exorcismo na Igreja, pois se a removerem, a Bruxa a matará. Assim, o pessoal leva Carolyn para o sótão e depois de muita luta, consegue dominá-la. Carolyn é coberta por um lençol e amarrada a uma cadeira. Ed chama a atenção dos demais, para que tratem de trazer o padre imediatamente, mas Lorraine os força a encarar as circunstâncias: do jeito que Carolyn está, não há tempo para ir buscar o sacerdote. Ed conclui que terá de realizar pessoalmente o arriscadíssimo exorcismo. Por um momento, o investigador parece relutar, mas os seus amigos o asseguram de que ele tem a capacidade para tanto. Ed pede para que Lorraine se retire. Tudo o que quer é tirá-la da linha de fogo, poupá-la do combate, mas Lorraine é uma mulher valente e honrada, e da mesma maneira que o veio apoiando com carinho e dedicação ao longo de todos aqueles anos, não deixará o homem a quem ama se ver entregue à própria sorte, naquele que promete ser o maior desafio de todos. Os dois ficarão juntos até o final. "Eu não vou te deixar!", Lorraine promete. Enquanto o drama se desenrola, o assistente dos Warren vasculha os quartos e grita por April.
O exorcismo tem início, e a casa se torna um verdadeiro palco de guerra entre o Bem e o Mal. É como se toda a propriedade começasse a tremer, face à envergadura do confronto. Fortalecido pelo coro dos demais presentes, os Warren entoam a oração da libertação, e invocam a proteção do Arcanjo São Miguel. O demônio contra ataca, enviando gralhas que se arremessam furiosamente contra as janelas. A entidade suspende Carolyn no ar, e ao levá-la à altura, a põe de ponta cabeça. Quando Carolyn cai e arrebenta a cadeira, ela perde o lençol que a cobria. Roger a segura, e todos ficam chocados com as feições do outrora belo rosto da mulher, agora modificado com um sorriso satânico de escárnio. Um pesado armário move-se sozinho, e por um triz não despenca sobre Ed, que consegue rolar para fora da zona de impacto. O demônio faz uma espingarda cair, e com a queda, disparar: por pouco, o disparo não atinge a Roger.
O assistente consegue encontrar April. De alguma maneira, a menininha havia ido parar sob o piso da cozinha, através dos túneis secretos. Assim que a possuída Carolyn escuta o rapaz anunciando, da cozinha, que encontrou a garotinha, apanha uma faca e parte para dentro do túnel, com o intento de executá-la e desgraçar a família. Ed, Roger e os demais se desesperam, e saem no encalço do demônio, mas Lorraine faz melhor. Ao invés de segui-los pelo túnel, ela sobe as escadas do porão e prefere ir por fora. Eventualmente, Carolyn tem a faca e a filha nas mãos. De uma passagem, Ed se dirige a Ela, não a Carolyn, mas à própria bruxa Bathsheba, condenando-a de volta ao inferno. Roger faz coro, e suplica para que a esposa lute contra a possessão, resista à força da bruxa. Lorraine chega à cozinha, e pelo buraco feito no chão, consegue enfiar o braço e tocar a testa de Carolyn. Ela pede para que procure se recordar do dia em que com a família brincou na praia, à beira do mar, e se lembrar de como fora uma época de muitas expectativas e bons sentimentos (previamente, as duas haviam conversado sobre isso, quando Carolyn mostrou a Lorraine um retrato na sala). A doce recordação parece surtir efeito e enfraquecer as garras do Mal. Carolyn encontra forças para resistir ao se apegar à crença de que a sua família é a razão única de sua vida. A força da união familiar funciona como um facho de luz que finalmente expulsa a escuridão do Mal e a influência da bruxa. O combate está acabado, e o exorcismo foi um sucesso.
É um novo dia. A manhã gloriosa tem um céu azul como a moldura para um sol cheio de vida e força. Todos saem da casa, cheios de arranhões e machucados, mas vitoriosos. O assistente brinca com o tira, e pergunta se ele finalmente acredita em fantasmas. O policial responde "Olha, eu prefiro combater bandidos armados a enfrentar fantasmas novamente!". A menorzinha abraça os Warren e lhes dá uma bela lembrancinha. Os Perron e os Warren passaram por momentos horrorosos, mas atravessaram a tormenta com muita fé, e saíram mais unidos do que nunca. O Mal pode até mesmo vencer algumas batalhas, porém jamais a guerra, quando é sempre o Bem que sai triunfante. Os Warren retomam a sua vida, e, uma manhã, Lorraine diz ao marido que recebeu uma carta, de uma família de Long Island que diz precisar de sua ajuda. Os dois dão as mãos e deixam a sala. Aqui, o diretor James Wan nos prepara a sequência,Invocação do Mal 2, que pela menção a "uma família de Long Island", refere-se à notória assombração de Amityville. O filme conclui com fotografias das pessoas reais envolvidas no caso Perron.
O assistente consegue encontrar April. De alguma maneira, a menininha havia ido parar sob o piso da cozinha, através dos túneis secretos. Assim que a possuída Carolyn escuta o rapaz anunciando, da cozinha, que encontrou a garotinha, apanha uma faca e parte para dentro do túnel, com o intento de executá-la e desgraçar a família. Ed, Roger e os demais se desesperam, e saem no encalço do demônio, mas Lorraine faz melhor. Ao invés de segui-los pelo túnel, ela sobe as escadas do porão e prefere ir por fora. Eventualmente, Carolyn tem a faca e a filha nas mãos. De uma passagem, Ed se dirige a Ela, não a Carolyn, mas à própria bruxa Bathsheba, condenando-a de volta ao inferno. Roger faz coro, e suplica para que a esposa lute contra a possessão, resista à força da bruxa. Lorraine chega à cozinha, e pelo buraco feito no chão, consegue enfiar o braço e tocar a testa de Carolyn. Ela pede para que procure se recordar do dia em que com a família brincou na praia, à beira do mar, e se lembrar de como fora uma época de muitas expectativas e bons sentimentos (previamente, as duas haviam conversado sobre isso, quando Carolyn mostrou a Lorraine um retrato na sala). A doce recordação parece surtir efeito e enfraquecer as garras do Mal. Carolyn encontra forças para resistir ao se apegar à crença de que a sua família é a razão única de sua vida. A força da união familiar funciona como um facho de luz que finalmente expulsa a escuridão do Mal e a influência da bruxa. O combate está acabado, e o exorcismo foi um sucesso.
É um novo dia. A manhã gloriosa tem um céu azul como a moldura para um sol cheio de vida e força. Todos saem da casa, cheios de arranhões e machucados, mas vitoriosos. O assistente brinca com o tira, e pergunta se ele finalmente acredita em fantasmas. O policial responde "Olha, eu prefiro combater bandidos armados a enfrentar fantasmas novamente!". A menorzinha abraça os Warren e lhes dá uma bela lembrancinha. Os Perron e os Warren passaram por momentos horrorosos, mas atravessaram a tormenta com muita fé, e saíram mais unidos do que nunca. O Mal pode até mesmo vencer algumas batalhas, porém jamais a guerra, quando é sempre o Bem que sai triunfante. Os Warren retomam a sua vida, e, uma manhã, Lorraine diz ao marido que recebeu uma carta, de uma família de Long Island que diz precisar de sua ajuda. Os dois dão as mãos e deixam a sala. Aqui, o diretor James Wan nos prepara a sequência,Invocação do Mal 2, que pela menção a "uma família de Long Island", refere-se à notória assombração de Amityville. O filme conclui com fotografias das pessoas reais envolvidas no caso Perron.
Extraordinário
filme de horror que apenas confirma o que já se imaginava: o despretensioso James Wan
é um dos mais habilidosos diretores na ativa, e não há um único trabalho
seu, desde o lançamento do primeiro Jogos Mortais, em 2004, que
tenha desapontado. Assim como acontece com outros novos e criativos
cineastas, tais como Rob Zombie (The Lords of Salem), Brad Anderson (Session 9), Tom Shankland (w Delta z), Gareth Edwards (Monsters) e Ti West (segmento Second Honeymoon do longa VHS), pode-se
sentir o seu amor pelos filmes de horror em cada frame. Há competentes cineastas, extremamente técnicos,
que conseguem criar exuberantes espetáculos visuais, e extrair de seu elenco memoráveis desempenhos, e sempre são aclamados e premiados, todavia há
um outro tipo de diretores, estes sim realmente raros e extraordinários, que mais do que saber
como rodar filmes, comportam-se despretensiosa e apaixonadamente, e fazem transparecer o amor que tem pelo ofício e pelo
gênero. Wan faz parte desse seleto grupo. Vejam as suas entrevistas, e enxergarão o brilho no olhar, próprio de quem reconhece com humildade a grande honra que representa a oportunidade de poder se expressar com filmes. Ele verdadeiramente dá valor a cada dia em que pisa em um estúdio para filmar, encontrando nos clássicos do passado a inspiração para criar. Habilidoso com vários
estilos, Wan está especialmente à vontade com os filmes sobre casas
assombradas. O homem conseguiu avivar o interesse por histórias
de fantasmas com o charmoso Insidious – Sobrenatural, de
2010, e Invocação do Mal reafirma a tendência, que felizmente, promete perdurar por muitos anos (Sobrenatural 2, novamente dirigido por Wan, está para estrear na sexta-feira 13 próxima, em 2013, e outros excelentes filmes recentes similares, como Evocando Espíritos 1 &2, demonstram a força do subgênero).
Sobre o subgênero, em 2000, o diretor espanhol Guillermo del Toro se tornou um cineasta bastante procurado após rodar um excepcional filme de assombração, El Espinazo del Diablo, sobre o espírito de um garotinho misteriosamente assassinado, que perambula pelos corredores de um orfanato, no escaldante deserto da Espanha, bem na época da Guerra Civil, enquanto as crianças procuram desvendar a mensagem que o fantasma quer passar. Assistir ao filme de del Toro foi, ao mesmo tempo, uma experiência eletrizante e nostálgica. Eletrizante, pois o filme é brilhantemente executado, e del Toro tem um magnífico e encantador olhar, nos moldes da exuberância visual a que cresci assistindo nos filmes do magistral John Boorman.Nostálgico, pois, como poucos, El Espinazo del Diablo consegue, de uma forma muito própria, convidar-nos por um "passeio no túnel do tempo", mais especificamente para a nossa infância, quando o mundo, ou melhor, tudo, parecia bem maior e misterioso do que verdadeiramente o é. Creio que com a passagem dos anos, além de nos tornarmos mais cínicos, também vamos perdendo o olhar encantado que nos permitia assistir a filmes do gênero e realmente sair tocados pela experiência. Em El Espinazo del Diablo, não há os excessos dos filmes barulhentos e confusos de hoje, apenas o familiar, saudoso e saboroso gostinho das velhas, poeirentas histórias de fantasmas, que adorávamos escutar sentados próximos à lareira, e que, com o tempo, passaram a existir somente em um recanto muito distante de nossas recordações. Guillermo del Toro balanceou a equação, e conseguiu emular o arrepio que sentíamos quando assistíamos ou escutávamos a histórias parecidas.
Sobre o subgênero, em 2000, o diretor espanhol Guillermo del Toro se tornou um cineasta bastante procurado após rodar um excepcional filme de assombração, El Espinazo del Diablo, sobre o espírito de um garotinho misteriosamente assassinado, que perambula pelos corredores de um orfanato, no escaldante deserto da Espanha, bem na época da Guerra Civil, enquanto as crianças procuram desvendar a mensagem que o fantasma quer passar. Assistir ao filme de del Toro foi, ao mesmo tempo, uma experiência eletrizante e nostálgica. Eletrizante, pois o filme é brilhantemente executado, e del Toro tem um magnífico e encantador olhar, nos moldes da exuberância visual a que cresci assistindo nos filmes do magistral John Boorman.Nostálgico, pois, como poucos, El Espinazo del Diablo consegue, de uma forma muito própria, convidar-nos por um "passeio no túnel do tempo", mais especificamente para a nossa infância, quando o mundo, ou melhor, tudo, parecia bem maior e misterioso do que verdadeiramente o é. Creio que com a passagem dos anos, além de nos tornarmos mais cínicos, também vamos perdendo o olhar encantado que nos permitia assistir a filmes do gênero e realmente sair tocados pela experiência. Em El Espinazo del Diablo, não há os excessos dos filmes barulhentos e confusos de hoje, apenas o familiar, saudoso e saboroso gostinho das velhas, poeirentas histórias de fantasmas, que adorávamos escutar sentados próximos à lareira, e que, com o tempo, passaram a existir somente em um recanto muito distante de nossas recordações. Guillermo del Toro balanceou a equação, e conseguiu emular o arrepio que sentíamos quando assistíamos ou escutávamos a histórias parecidas.
Com os seus filmes, Wan construiu exatamente a mesma coisa que del Toro conseguiu com El Espinazo del Diablo, e algo mais: se o filme de del Toro, "europeu" e sombrio demais para o gosto do grande público, foi categorizado mais como "filme de arte" do que de horror, Wan conseguiu pinçar o que há de melhor no "filme de arte" e acrescentá-lo à fórmula do blockbuster norte-americano estilo O Exorcista. O frescor e a sofisticação dos "filmes de arte", somados a antigas fórmulas, imprime aos seus filmes elegância, estilo e charme,diferenciando-o como um cineasta de visão e conteúdo, um mestre absoluto no que faz, estética e artisticamente. Assim como Sobrenatural, Invocação do Mal é o tipo de joia rara que será melhor servida se assistida no escurinho do cinema, ou mesmo na companhia dos amigos. Desde o início, com a entrada modificada e sombria dos logos da Warner Brothers & New Line Pictures, à montagem final, com fotos das pessoas envolvidas no caso real, bem como dos lugares onde a assombração se deu, Invocação do Mal prenderá a sua atenção de uma forma que poucos filmes, ao menos recentemente, conseguiram fazer. O feito deve-se ao apoio técnico de John R. Leonetti, o diretor de fotografia que tem permitido que todos os filmes de Wan - desde Dead Silence, de 2007, ao vindouro Sobrenatural 2 - pareçam misteriosos, elegantes e sedutores. O fato de ser ambientado nos anos 70 dá um charme a mais à atmosfera saudosista, e a recriação daquele período é de encher os olhos, um convite não apenas ao passado, mas a todo um ritmo mais ponderado e arrepiante de story telling. As semelhanças entre Invocação do Mal e O Exorcista são inegáveis. Não apenas um talentoso cineasta, Wan também é fiel a seus atores. Em Invocação do Mal, ele novamente escala o ator Patrick Wilson, com quem trabalhara em Sobrenatural, e voltará a dirigir em Sobrenatural 2, mas também dá oportunidades para novos nomes, tais como Vera Farmiga, no papel de Lorraine Warren, que certamente estará presente na sequência, Invocação do Mal 2, cujo roteiro já está em fase de concepção. Como casal, os dois trazem uma deliciosa naturalidade que faz a dinâmica parecer real, nos mesmos moldes do que aconteceu com as performances de Dale Midkiff & Denise Crosby em Pet Sematary ou de Clare Higgins & Sean Chapman em Hellraiser. A mensagem que o filme deixa - a unidade familiar e o amor incondicional triunfando sobre adversidades aparentemente invencíveis - parece mais verdadeira, graças ao desempenho do quarteto que dá vida aos casais Warren & Perron.
O roteiro faz um invejável trabalho de condensar uma excitante história em um filme que dura menos de duas horas de projeção. Como base, foi utilizado o livro "House of Darkness, House of Light", escrito por Andrea Perron, a filha mais velha. Muitos dos eventos descritos no livro foram reconstituídos para o filme. Ao mesmo tempo, há algumas liberdades artísticas. Invocação do Mal nos conta o caso como se este se desse dentro de alguns meses, um ano no máximo, porém, na realidade, o drama da família se arrastou por toda uma década. Ainda, o assédio dos espíritos, que parece implacável do momento em que os Perron põem os pés no alpendre, na verdade iniciou-se sutil e quase incipiente. Havia muitos espíritos na propriedade, e alguns deles chegavam a ser queridos pelos membros da família. Um deles tinha o hábito de dar beijos de boa noite nas crianças, quando estavam em suas camas, e havia um outro, um garotinho, que costumava assistir às meninas de uma distância, vendo-as brincar, e que quando era percebido, se retirava. Outro fenômeno se dava quando os Perron escutavam o chão sendo varrido, e quando chegavam à cozinha, encontravam a vassoura utilizada encostada em um canto, e uma pilha de sujeira pronta para ser depositada no lixo. Evidentemente, havia outros que atormentavam os Perron, como um que passava a noite chamando chorosamente pela mãe, e outro que tinha predileção por atormentar uma das meninas, Cindy, dizendo-lhe insistentemente que havia sete soldados mortos emparedados na casa. Nenhum dos espíritos malévolos, todavia, era tão implacável quanto o de Bathsheba Sherman, a bruxa satanista que realmente existiu e viveu na residência no começo do século XIX, e que morreu em 1885. O seu espírito reservava especial ódio a Carolyn Perron, e a atormentava de todas as maneiras possíveis, enquanto que, curiosamente, parecia nutrir carinho por Roger, jamais lhe tendo feito mal, ao menos diretamente.
Circunstâncias financeiras forçaram os Perron a permanecer na propriedade por mais dez anos, tolerando tanto os bons quanto os maus espíritos, cuja influência felizmente declinou após o exorcismo dos Warren. Finalmente, em 1980, os Perron conseguiram se livrar das terras, e se mudaram para a Geórgia. O atual proprietário, que adquiriu o terreno em 1983, disse que a sua família tem experimentado várias manifestações paranormais menores, tais como portas que batem sem razão aparente, rumores de pessoas conversando em outros cômodos e objetos que mudam de posição. Ao total, oito gerações de famílias passaram pela casa, e ali morreram, em sinistros que variaram de suicídios a envenenamento. Invocação do Mal contou com a aprovação e o suporte dos membros da família Perron. Em entrevista ao Providence Journal, Andrea Perron, hoje com 54 anos de idade, disse que "O elenco está perfeito. As meninas realmente nos lembram quando éramos crianças, e têm as personalidades que tínhamos. (James Wan) capturou a essência do que passamos". Da família Perron, Andrea foi quem mais participou ativamente da concepção do filme, até porque, durante a sua vida adulta, deixou a Geórgia e voltou a morar na região, em Rhode Island, o que tornou o acesso da produção a sua pessoa mais simplificado. Na foto acima, os amigos veem as verdadeiras meninas da família Perron, hoje senhoras, sentadas ao lado das atrizes que as retrataram no filme.
Assistindo a Invocação do Mal, eu me recordei de um assombroso filme de horror, também baseado em fatos reais e, mais importante, sobre um caso que novamente envolveu a ajuda dos Warren, chamado A Casa das Almas Perdidas (1991). O filme foi lançado em VHS, e lamentavelmente jamais fez a transição para DVD. Assisti à fita aos onze anos, e todo o caso teve um fortíssimo impacto sobre mim. Quando enxergamos o mundo pelos olhos de criança, tudo parece mais ressoante, mas mesmo hoje, com os olhos de adulto, A Casa das Almas Perdidas me dá arrepios. Os amigos dificilmente encontrarão a fita, porém, hoje em dia, os melhores sites de filme disponibilizam A Casa das Almas Perdidas e, melhor ainda, dublado. Em termos de atmosfera e ritmo, Invocação do Mal nos faz pensar em A Casa das Almas Perdidas pois recupera o charme daquele estilo retrô de filmagem, o apelo de uma boa e arrepiante história de fantasmas, sem a necessidade de exageros ou de efeitos especiais para tanto. Não se sabe ainda oficialmente qual o teor de Invocação do Mal 2, e tudo leva a crer que Wan abordará a assombração da casa n° 112 na Rua Ocean Avenue (o caso Ronald DeFeo - Amityville), porém eu sempre imaginei que a história da família Smurl, tão bem retratada em A Casa das Almas Perdidas, faria bom uso de uma nova produção, dirigida por um cineasta mestre absoluto no que faz. Assim como aconteceu com os Perron, a família Smurl, de West Pittston, Pennsylvania, enfrentou corajosamente forças paranormais, em assaltos que perduraram por mais de uma década, mais especificamente de 1974 a 1989. Também como os Perron, a família Smurl era grande, e curiosamente tinha quatro garotas. Como se sabe, hoje, acredita-se que todas essas diferentes histórias de Poltergeist tenham um elemento em comum: as famílias alvo das manifestações tinham como membros garotas que estavam atravessando o turbulento rito de passagem da puberdade. Pelas evidências que eu tenho encontrado online, pelas poucas informações disponíveis sobre Invocação do Mal 2, creio que não vai ser desta vez que o caso Smurl poderá ser recontado - e descoberto - por toda uma nova geração, mas algo me diz que, mais cedo ou mais tarde, James Wan nos oferecerá a sua versão da história.
Há outras histórias, porém, que apesar de já terem parado no cinema, não cumpriram todo o seu maravilhoso potencial. É o caso de An American Haunting, de 2005, um bom filme de horror com grande elenco, que lamentavelmente padece quando comparado ao riquíssimo caso original. O caso da "bruxa", na verdade um quarteto de espíritos composto por uma mulher, duas meninas e um garotinho, que fez morada na propriedade do rico fazendeiro John Bell, no Tennessee, no início do século XIX, é tão grandioso quanto a mais épica das histórias de amor. Apesar de envolver, sim, uma família que cai vítima do assédio de forças que sequer consegue compreender, a "bruxa" jamais é mais importante do que o drama humano que está sempre à frente, o amor entre um professor humilde chamado Richard Powell e a filha do próspero latifundiário, Betsy Bell. Entre encontros e desencontros, passagens muito tristes e imprevisíveis reviravoltas do destino, John parte, quando Betsy aceita o pedido de casamento de um homem mais rico, pois conclui que a sua ausência fará melhor a Betsy do que a sua presença. Ele se torna político em outro lugar, prospera, casa-se com uma outra mulher, porém jamais a esquece. Betsy e Richard terminam juntos, mas somente depois de uma grande aventura que só os verdadeiros amores são capazes de conquistar. O filme An American Haunting se concentra nos elementos sobrenaturais e aterrorizantes do caso, não há um aprofundamento quanto ao drama humano que envolveu os seus personagens, muito mais extraordinário do que o fenômeno propriamente dito. O conhecimento da história real nos leva à conclusão de que a "bruxa" e a história de amor são elementos indissociáveis, uma não existiria sem a outra. É por causa do que os Bell passam como família, com os fenômenos paranormais, que a natureza do amor entre o rapaz e a moça é posta à prova, e é em nome do amor que sentem um pelo outro que a "bruxa" parece trabalhar, porque, ao fim, e de uma estranha maneira, tudo o que conseguiu foi aproximá-los cada vez mais. Diz o ditado, Deus escreve certo por linhas tortas, e outro não caberia melhor à história da "bruxa" do Tennessee. Eu sempre imaginei que um cineasta corajoso com muita sensibilidade poderia rodar um verdadeiro épico, nos moldes de Diário de uma Paixão, desde que se mantivesse fiel aos eventos. Arrepio-me só de pensar no grande filme que seria, e consigo até mesmo enxergar Rachel McAdams e Rupert Friend como o casal.
Invocação do Mal estreia nos cinemas brasileiros no dia 13 de setembro, e mesmo os amigos que já assistiram ao filme devem ir vê-lo uma segunda vez, pois não há nada melhor do que conferir uma boa história de fantasmas no escurinho gelado do cinema, diante de uma tela grande, e com um balde de pipoca em mãos. Além de um maravilhoso filme de horror, Invocação do Mal é uma experiência, um resgate aos tempos onde realmente podíamos nos arrepiar, e o cinema comercial não estava tão atrelado a efeitos ou violência. É interessante, pois, à medida que você vai assistindo a muitos filmes e compreendendo melhor o seu funcionamento, consegue capturar coisas de seus criadores que em um primeiro momento talvez tenham passado desapercebidas. Ao se assistir a um filme de James Wan, você sai com a forte impressão de que esse cara cresceu assistindo aos clássicos do gênero, e que, felizmente, conservou-os no coração, a ponto de os deixarem influenciar o seu tom. Até porque eu sempre acreditei que os melhores filmes ficaram definitivamente para trás, é confortante encontrar um novo diretor que também cresceu com os clássicos do passado, e, a sua maneira, resgata-os todas as vezes em que um novo filme seu estreia nos cinemas. Wan é apenas dois anos mais velho do que eu, então acho que pertencemos à mesma geração, que ficava acordada até tarde para assistir, na sessão de filmes nos sábados, a suspenses como A Maldição de Samantha (Deadly Friend, Wes Craven), os dois primeiros Hellraiser, O Mistério de Candyman, Cemitério Maldito, os filmes de Dario Argento, William Friedkin e David Cronenberg, entre tantos outros. Para os amigos que vieram depois, para os mais jovens, os filmes de James Wan & Rob Zombie são o mais próximo que existirá de uma "máquina do tempo", principalmente se vocês vieram depois dos anos 80&90. Se vocês perderam, vocês realmente perderam!
Todos os direitos autorais reservados a Warner Brothers New Line Cinema. O uso do trailer é para efeito meramente ilustrativo da resenha.
Há outras histórias, porém, que apesar de já terem parado no cinema, não cumpriram todo o seu maravilhoso potencial. É o caso de An American Haunting, de 2005, um bom filme de horror com grande elenco, que lamentavelmente padece quando comparado ao riquíssimo caso original. O caso da "bruxa", na verdade um quarteto de espíritos composto por uma mulher, duas meninas e um garotinho, que fez morada na propriedade do rico fazendeiro John Bell, no Tennessee, no início do século XIX, é tão grandioso quanto a mais épica das histórias de amor. Apesar de envolver, sim, uma família que cai vítima do assédio de forças que sequer consegue compreender, a "bruxa" jamais é mais importante do que o drama humano que está sempre à frente, o amor entre um professor humilde chamado Richard Powell e a filha do próspero latifundiário, Betsy Bell. Entre encontros e desencontros, passagens muito tristes e imprevisíveis reviravoltas do destino, John parte, quando Betsy aceita o pedido de casamento de um homem mais rico, pois conclui que a sua ausência fará melhor a Betsy do que a sua presença. Ele se torna político em outro lugar, prospera, casa-se com uma outra mulher, porém jamais a esquece. Betsy e Richard terminam juntos, mas somente depois de uma grande aventura que só os verdadeiros amores são capazes de conquistar. O filme An American Haunting se concentra nos elementos sobrenaturais e aterrorizantes do caso, não há um aprofundamento quanto ao drama humano que envolveu os seus personagens, muito mais extraordinário do que o fenômeno propriamente dito. O conhecimento da história real nos leva à conclusão de que a "bruxa" e a história de amor são elementos indissociáveis, uma não existiria sem a outra. É por causa do que os Bell passam como família, com os fenômenos paranormais, que a natureza do amor entre o rapaz e a moça é posta à prova, e é em nome do amor que sentem um pelo outro que a "bruxa" parece trabalhar, porque, ao fim, e de uma estranha maneira, tudo o que conseguiu foi aproximá-los cada vez mais. Diz o ditado, Deus escreve certo por linhas tortas, e outro não caberia melhor à história da "bruxa" do Tennessee. Eu sempre imaginei que um cineasta corajoso com muita sensibilidade poderia rodar um verdadeiro épico, nos moldes de Diário de uma Paixão, desde que se mantivesse fiel aos eventos. Arrepio-me só de pensar no grande filme que seria, e consigo até mesmo enxergar Rachel McAdams e Rupert Friend como o casal.
Invocação do Mal estreia nos cinemas brasileiros no dia 13 de setembro, e mesmo os amigos que já assistiram ao filme devem ir vê-lo uma segunda vez, pois não há nada melhor do que conferir uma boa história de fantasmas no escurinho gelado do cinema, diante de uma tela grande, e com um balde de pipoca em mãos. Além de um maravilhoso filme de horror, Invocação do Mal é uma experiência, um resgate aos tempos onde realmente podíamos nos arrepiar, e o cinema comercial não estava tão atrelado a efeitos ou violência. É interessante, pois, à medida que você vai assistindo a muitos filmes e compreendendo melhor o seu funcionamento, consegue capturar coisas de seus criadores que em um primeiro momento talvez tenham passado desapercebidas. Ao se assistir a um filme de James Wan, você sai com a forte impressão de que esse cara cresceu assistindo aos clássicos do gênero, e que, felizmente, conservou-os no coração, a ponto de os deixarem influenciar o seu tom. Até porque eu sempre acreditei que os melhores filmes ficaram definitivamente para trás, é confortante encontrar um novo diretor que também cresceu com os clássicos do passado, e, a sua maneira, resgata-os todas as vezes em que um novo filme seu estreia nos cinemas. Wan é apenas dois anos mais velho do que eu, então acho que pertencemos à mesma geração, que ficava acordada até tarde para assistir, na sessão de filmes nos sábados, a suspenses como A Maldição de Samantha (Deadly Friend, Wes Craven), os dois primeiros Hellraiser, O Mistério de Candyman, Cemitério Maldito, os filmes de Dario Argento, William Friedkin e David Cronenberg, entre tantos outros. Para os amigos que vieram depois, para os mais jovens, os filmes de James Wan & Rob Zombie são o mais próximo que existirá de uma "máquina do tempo", principalmente se vocês vieram depois dos anos 80&90. Se vocês perderam, vocês realmente perderam!